Domingos Amaral
Aqui há uns dois anos, o Governo de Portugal vendeu, muito bem vendida, a sua participação na EDP aos chineses. Na altura, a EDP era um porco gordinho, muito bem engordado por Mexia e pelos vários governos. Toda ela era um brinquinho, a EDP, cheias de inciativas fantásticas, e de ideias novas. Por exemplo, as energias renováveis, e coisas assim, muito modernas, e que por isso mesmo recebiam chorudos subsídios do Estado. Quando foi de vender, nada de dizer a verdade, o importante era vender o porco gordo, cheio de carninha. E os chineses compraram o porco, e com grande fanfarra se anunciou uma grande privatização, que espantou a Europa, o mundo, e o povo. Passados quase dois anos, a história mudou. Agora, a preocupação passou a ser: vamos lá a ver como é que podemos poupar mais um dinheirito do Estado. Ora bem, que tal cortar nos subsídios à EDP, esses mesmos, essas rendas excessivas, caríssimas, que o Estado paga à empresa? É claro que faz todo o sentido, então não se está mesmo a ver que é uma despesa absurda e obscena, dizem as Pessoas Muito Sérias. Eu também, claro que faz sentido, para quê dar subsídios a empresas multinacionais que lucram milhões todos os anos? Mas, e se eu fosse chinês? Bem, se eu fosse chinês, e tivesse comprado a EDP ao preço que eles compraram, e tivesse acreditado que o Governo ia manter os subsídios à EDP, como eles acreditaram porque lhes foi prometido, se eu fosse chinês, eu estava lixado! Então, pensa o chinês, estes gajos fazem negócios assim? Primeiro, para nos vender as coisas, fazem mil promessas, e um ano e tal depois, toca de as quebrar? Eu, se fosse chinês, sentia-me completamente enganado pelos Governo português, essa é que é essa. O que me vale é que não sou chinês. |
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