segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Murteira Nabo: Situação "ultra difícil" de Portugal não se resolve com "aspirinas"

O ex-ministro do PS e ex-presidente da PT e da Galp, Murteira Nabo, classificou hoje a situação de Portugal como “ultra difícil” e alertou PSD/CDS-PP e PS que essas dificuldades não se resolvem com aspirinas.

 

“Os três partidos, do chamado arco de governação, têm de perceber que estamos perante uma situação ultra difícil, que é estruturante, que tem a ver com a Europa, e que não se resolve com aspirinas”, declarou aos jornalistas Murteira Nabo, à margem do II Fórum Empresarial do Algarve, que decorre em Vilamoura até domingo e reúne centenas de líderes empresariais e políticos.

Murteira Nabo diz que o Governo tem cometido um “erro” ao acreditar que o Tribunal Constitucional pode deixar passar medidas.

“O Tribunal Constitucional é uma constante, é uma questão chave e antes de o Governo definir qualquer medida, seja ela qual for, tem de se assegurar que ela é constitucional. A Constituição não é para mudar, ela existe”, argumentou o antigo ministro socialista das Obras Públicas.

“Qualquer medida que o Governo tome, tem de ser constitucional”, reiterou Murteira Nabo, referindo que não acredita que no caso concreto da componente retroativa das pensões essa medida seja aprovada constitucionalmente.

O político e empresário disse também ser contra um segundo resgate, porque seria adiar "problemas”.

“É melhor tomar decisões de fundo, estruturais, que permitam não só que controlemos as questões financeiras e do défice, mas que permitam resolver o problema da dívida e incentivar a economia e o segundo resgate é contra isso, portanto sou contra ele”, afirmou o economista.

Murteira Nabo admitiu que o Orçamento de 2014 é “um orçamento muito complicado de fazer” e recomendou que não haja mais medidas restritivas.

“Recomendo que se consigam arranjar fundos, formas negociais a prazo com os bancos e com a Europa, para que nós consigamos recursos financeiros para estimular a atração de investimento produtivo, como está a acontecer (…) nas exportações no âmbito das pequenas e médias empresas”, sugeriu.

O II Fórum Empresarial do Algarve está a decorrer no Hotel Tivoli Victoria, em Vilamoura até domingo, e no evento participam mais de 300 líderes empresariais e políticos, nacionais e estrangeiros.

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