quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Irlanda: Os eleitores apoiam a segunda câmara

O Governo irlandês perdeu um referendo que propunha a supressão do Seanad Éireann, a câmara alta do parlamento do país, no dia 5 de outubro, por uma margem muito estreita de 51,7% contra 48,3%. A surpreendente derrota abalou a coligação no Governo, o Fine Gael Labour, sobretudo o primeiro-ministro Enda Kenny, que defendia a ideia, alegando que seria possível poupar até 20 milhões de euros com o seu encerramento.

O editorialista da secção política do Irish Times Arthur Beesley escreveu acerca das consequências políticas para o primeiro-ministro, conhecido na língua gaélica por Taoiseach, acrescentando que o referendo o deixou na "defensiva". Este continua dizendo que

a autoridade de Kenny diminuiu devido ao fracasso da sua campanha para suprimir a câmara alta. O político ficou associado a esta derrota. Tal como qualquer líder, não gosta de perder, mas esta derrota foi considerável. Num período de crise económica, o resultado mostra que o povo não está interessado em aceitar o convite populista do Governo de despedir 60 políticos.

Para o antigo político e defensor do senado Michael McDowell o facto de anunciar no Irish Independent o resultado representa "um ponto de viragem na política irlandesa".

A vasta aliança entre a sociedade civil, os opositores políticos e outros – que vão desde historiadores a empreendedores passando por associações de estudantes – demonstra que a cidadania numa república não pode ser desviada por mentiras e informações incorretas. O povo falou; quer que o Seanad Eireann exerça as funções e competências que lhe foram atribuídas por aqueles que elaboraram e promulgaram a nossa Constituição em 1937.


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