O presidente da Comissão Europeia proferiu uma declaração sobre a necessidade de reforço das medidas de apoio europeu, para acorrer à conjuntura que o euro vive. Essas palavras terão caído mal em algumas chancelarias, por poderem ser interpretadas como uma implícita desconfiança na eficácia do pacote de medidas aprovado no último Conselho Europeu.
Aparentemente, o Dr. Barroso teve toda a razão em dizer o que disse e é muito bom sinal que se sinta cada vez mais motivado para interpretar, nas declarações e nas atitudes, essa coisa básica que é o interesse comum europeu - que muitas vezes não coincide com a média aritmética dos interesses dos países que mandam na União Europeia. Quanto mais as tomadas de posição do presidente da Comissão tiverem o condão de irritar certos Estados que se mostram relutantes perante a necessidade de adoção de políticas firmes que acalmem os mercados, mais isso significa que o comissário de nacionalidade portuguesa (as pessoas tendem a esquecer que Portugal é o único Estado da União que não teve a possibilidade de escolher um comissário) se aproxima do papel de garante dos Tratados e se afasta da imagem de representante dos "powers that be" que o cooptaram. E que, como ele bem sabe, já não terão ocasião de o fazer de novo.
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