Hoje acordei com uns humores bolcheviques e, por artes leninistas, encontrei a solução milagrosa para a salvação da pátria: o confisco revolucionário dos "ricos", esse termo muito claro, muito preciso e mui científico. Camaradas, a "rrrriqueza" dos "rrrricos" será nossa (deve-se carregar nos 'r', como faz Francisco Louçã; faz parte da etiqueta revolucionária). Camaradas, as contas revolucionárias até são simples de fazer: pegamos num buraco orçamental e, depois, procuramos uma fortuna que dê para tapar o dito buraco. Por exemplo, este governo reacionário diz que o Serviço Nacional de Saúde tem uma dívida de 2.7 mil milhões. Ora, se roubarmos a fortuna do Amorim, caros camaradas, ficamos a 200 mil euros de tapar este buraco . E este seria apenas o primeiro passo, camaradas. Porque a fortuna do Amorim apenas dá para tapar as dívidas e não o orçamento geral da saúde (que pobretanas, pá). Em Portugal, gastamos uns 17 mil milhões de euros em saúde, sendo que o grosso desta despesa está no SNS. Sendo assim, caros camaradas, precisaríamos de sete Américos Amorim para cobrir a despesa total de saúde durante um ano. Mas, dado que Portugal é um país mui reaccionário e pouco amigo de humores revolucionários, não existem sete Américos Amorim à nossa disposição. Neste sentido, temos de fazer uma filinha pirilau com alguns milionários menores: Soares dos Santos (1.9 mil milhões), Belmiro (1.2), Mello (1.06), Alves Ribeiro (700 milhões), Perpétua Bordalo da Silva (600), Violas (600), Espírito Santo (600), José de Mello (600). Uhmm!? Esta matemática revolucionária não está a correr bem, camaradas. Esta filinha pirilau dos capitalistas mais riscos de Portugal só rende uns 6 mil milhões de euros. Isto nem sequer é metade do orçamento da saúde. Que país tão reaccionário, pá. Camaradas, perante esta conspiração do capitalismo tuga, não nos resta outra alternativa: temos de internacionalizar esta revolução. Temos de roubar "rrricos" em condições, como o Warren Buffett. Este capitalista-armado-em-bonzinho tem uns 45 biliões de dólares. Eu não sei quanto é que isso dá em euros, mas parece-me muito, e deve dar para sustentar o SNS durante, vá, uns quatro anos. Viva la Revolución, e um abraço do vosso el zorrito. Henrique Raposo (www.expresso.pt)
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