De origens humildes, o dono da Bragaparques, Domingos Névoa, conquistou um lugar ao sol no mundo empresarial, mas não se livra de suspeitas e denúncias de corrupção em torno dos seus negócios. Nascido numa aldeia de Terras de Bouro, fez a tropa em Moçambique e partiu depois para o Canadá onde trabalhou como trolha. Foi expulso para Portugal, depois de ter sido apanhado como imigrante ilegal, mas insistiu na imigração e rumou para França logo de seguida, onde trabalhou novamente como trolha e, mais tarde, como encarregado e sócio de um cunhado.
Domingos Névoa instalou-se definitivamente em Braga após o 25 de Abril e começou por fazer pequenas obras, onde trabalhava lado a lado com os restantes operários.
A génese empresarial de Névoa está ligada à Rodrigues & Névoa, empresa de construção civil que criou em 1981 com Manuel Rodrigues Serino, administrador do Sporting Club de Braga e seu sócio noutras empresas como a Carclasse (comércio de automóveis) ou a Bragaparques (parques de estacionamento).
A Rodrigues&Névoa tem deixado a sua marca em Braga desde essa altura, mas o grande salto de Névoa foi dado com a entrada no negócio do estacionamento, no início dos anos 90, com a abertura de dois grandes parques em Braga.
Os seus apoiantes e amigos traçam o retrato de um homem trabalhor e modesto, que começa a trabalhar todos os dias às 05:00 e apoia a igreja e as obras sociais, mas os seus detractores lançam suspeitas sobre a forma como enriqueceu e questionam as ligações aos autarcas.
O Bloco de Esquerda de Braga pediu, em 2007, uma relação dos negócios entre a autarquia e o grupo Rodrigues & Névoa, proprietário da empresa Bragaparques.
O deputado municipal Custódio Braga denunciou na altura, numa assembleia municipal, "diversos negócios polémicos realizados" entre a Câmara e a empresa, nomeadamente "os parques de estacionamento e os terrenos da Quinta dos Peões" e acrescentou que o município teria vindo a adquirir veículos Mercedes à Carclasse, Lda, que lhe forneceria igualmente os lubrificantes.
Entretanto, já em Fevereiro deste ano, o Ministério Público do Tribunal de Braga arquivou, por falta de provas, um inquérito feito pela PJ/Porto ao autarca de Braga, Mesquita Machado e a nove outros vereadores e técnicos superiores do município.
A PJ investigou contas bancárias e bens do presidente da câmara, bem como os principais negócios da autarquia com as principais construtoras da cidade, incluindo a empresa Bragaparques, "nada tendo sido encontrado que tivesse relevância criminal".
Mas as desconfianças quanto às relações de Domingos Névoa com autarcas já renderam ao empresário dois mediáticos processos judiciais.
Domingos Névoa que vai conhecer, no dia 23 de Fevereiro, a sentença relativa à tentativa de corrupção denunciada pelo vereador da câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, deverá sentar-se novamente no banco dos réus este ano pelo mesmo crime, envolvendo desta vez um vereador socialista de Coimbra.
Domingos Névoa foi acusado de corrupção passiva por ter "emprestado" 50 mil euros, em 2002, a Luís Vilar, vereador da Câmara de Coimbra e presidente da concelhia socialista, em troca do seu voto favorável para a construção de um parque de estacionamento na Baixa da cidade, numa zona conhecida por 'Bota Abaixo'.
Mas o empresário bracarense tem também recorrido à justiça.
No Tribunal Judicial de Braga corre um processo-crime por difamação agravada, já enviado para julgamento, que tem como arguido o irmão de José Sá Fernandes, o advogado Ricardo Sá Fernandes, sócio da advogada da Bragaparques, Rita Matias.
Para além do processo-crime, Domingos Névoa vai pedir uma indemnização a Ricardo Sá Fernandes de 500 mil euros por danos morais e materiais.
O dono da Bragaparques entregou também uma queixa-crime contra o vereador José Sá Fernandes, por difamação agravada, após este lhe ter chamado "bandido" à margem de uma audiência em tribunal.
Os apoios do meio empresarial e até de pesos pesados da igreja católica tornaram-se públicos em 2007, quando um grupo de personalidades promoveu um jantar de solidariedade para com o administrador da Bragaparques, por considerar que estava a ser "injustamente julgado na praça pública".
"Estão a tentar, mas não conseguirão, destruir a imagem de um homem que sempre trabalhou, de sol a sol, para criar riqueza para si, para a região e o país", declarou na altura à Agència Lusa, um dos promotores, o empresário António Santos.
Entre os presentes constavam os presidentes da Associação Industrial do Minho, António Marques, da Associação Comercial de Braga, Alberto Pereira, e do Sporting Clube de Braga, António Salvador, este, também, na qualidade de administrador da Britalar, SA (accionista do Way2B, que congrega cinco construtoras de Braga, incluindo a Rodrigues&Névoa), bem como o Cónego Eduardo Melo.
Névoa reuniu igualmente testemunhas abonatórias de relevo no julgamento do caso de corrupção que envolve o vereador Sá Fernandes, que atestaram a seriedade, generosidade e capacidade de trabalho do arguido.
Entre estas incluíam-se o juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, Salreta Pereira, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, e o padre Vítor Melícias, que presidiu a esta instituição durante 15 anos, e assinalou a prestação de Domingos Névoa como "agente solidário, uma pessoas que ajuda e ajudou várias instituições" e um "cidadão generoso".JN
Domingos Névoa instalou-se definitivamente em Braga após o 25 de Abril e começou por fazer pequenas obras, onde trabalhava lado a lado com os restantes operários.
A génese empresarial de Névoa está ligada à Rodrigues & Névoa, empresa de construção civil que criou em 1981 com Manuel Rodrigues Serino, administrador do Sporting Club de Braga e seu sócio noutras empresas como a Carclasse (comércio de automóveis) ou a Bragaparques (parques de estacionamento).
A Rodrigues&Névoa tem deixado a sua marca em Braga desde essa altura, mas o grande salto de Névoa foi dado com a entrada no negócio do estacionamento, no início dos anos 90, com a abertura de dois grandes parques em Braga.
Os seus apoiantes e amigos traçam o retrato de um homem trabalhor e modesto, que começa a trabalhar todos os dias às 05:00 e apoia a igreja e as obras sociais, mas os seus detractores lançam suspeitas sobre a forma como enriqueceu e questionam as ligações aos autarcas.
O Bloco de Esquerda de Braga pediu, em 2007, uma relação dos negócios entre a autarquia e o grupo Rodrigues & Névoa, proprietário da empresa Bragaparques.
O deputado municipal Custódio Braga denunciou na altura, numa assembleia municipal, "diversos negócios polémicos realizados" entre a Câmara e a empresa, nomeadamente "os parques de estacionamento e os terrenos da Quinta dos Peões" e acrescentou que o município teria vindo a adquirir veículos Mercedes à Carclasse, Lda, que lhe forneceria igualmente os lubrificantes.
Entretanto, já em Fevereiro deste ano, o Ministério Público do Tribunal de Braga arquivou, por falta de provas, um inquérito feito pela PJ/Porto ao autarca de Braga, Mesquita Machado e a nove outros vereadores e técnicos superiores do município.
A PJ investigou contas bancárias e bens do presidente da câmara, bem como os principais negócios da autarquia com as principais construtoras da cidade, incluindo a empresa Bragaparques, "nada tendo sido encontrado que tivesse relevância criminal".
Mas as desconfianças quanto às relações de Domingos Névoa com autarcas já renderam ao empresário dois mediáticos processos judiciais.
Domingos Névoa que vai conhecer, no dia 23 de Fevereiro, a sentença relativa à tentativa de corrupção denunciada pelo vereador da câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, deverá sentar-se novamente no banco dos réus este ano pelo mesmo crime, envolvendo desta vez um vereador socialista de Coimbra.
Domingos Névoa foi acusado de corrupção passiva por ter "emprestado" 50 mil euros, em 2002, a Luís Vilar, vereador da Câmara de Coimbra e presidente da concelhia socialista, em troca do seu voto favorável para a construção de um parque de estacionamento na Baixa da cidade, numa zona conhecida por 'Bota Abaixo'.
Mas o empresário bracarense tem também recorrido à justiça.
No Tribunal Judicial de Braga corre um processo-crime por difamação agravada, já enviado para julgamento, que tem como arguido o irmão de José Sá Fernandes, o advogado Ricardo Sá Fernandes, sócio da advogada da Bragaparques, Rita Matias.
Para além do processo-crime, Domingos Névoa vai pedir uma indemnização a Ricardo Sá Fernandes de 500 mil euros por danos morais e materiais.
O dono da Bragaparques entregou também uma queixa-crime contra o vereador José Sá Fernandes, por difamação agravada, após este lhe ter chamado "bandido" à margem de uma audiência em tribunal.
Os apoios do meio empresarial e até de pesos pesados da igreja católica tornaram-se públicos em 2007, quando um grupo de personalidades promoveu um jantar de solidariedade para com o administrador da Bragaparques, por considerar que estava a ser "injustamente julgado na praça pública".
"Estão a tentar, mas não conseguirão, destruir a imagem de um homem que sempre trabalhou, de sol a sol, para criar riqueza para si, para a região e o país", declarou na altura à Agència Lusa, um dos promotores, o empresário António Santos.
Entre os presentes constavam os presidentes da Associação Industrial do Minho, António Marques, da Associação Comercial de Braga, Alberto Pereira, e do Sporting Clube de Braga, António Salvador, este, também, na qualidade de administrador da Britalar, SA (accionista do Way2B, que congrega cinco construtoras de Braga, incluindo a Rodrigues&Névoa), bem como o Cónego Eduardo Melo.
Névoa reuniu igualmente testemunhas abonatórias de relevo no julgamento do caso de corrupção que envolve o vereador Sá Fernandes, que atestaram a seriedade, generosidade e capacidade de trabalho do arguido.
Entre estas incluíam-se o juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, Salreta Pereira, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, e o padre Vítor Melícias, que presidiu a esta instituição durante 15 anos, e assinalou a prestação de Domingos Névoa como "agente solidário, uma pessoas que ajuda e ajudou várias instituições" e um "cidadão generoso".JN
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