sexta-feira, 4 de julho de 2014

Alerta Total

Posted: 03 Jul 2014 07:20 AM PDT

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O funcionamento do sistema financeiro, a política de juros altos, a absurda carga tributária em 56 impostos, a burocracia e lerdeza judicial que atrapalham o respeito aos contratos, o aumento do custo de vida (gerando carestia ou inflação) - que tornam o crédito arriscado para quem fornece, temerário e caro para quem pega – são os principais gargalos que precisam ser resolvidos, urgentemente, na política econômica brasileira. Do contrário, fica inviabilizado qualquer esforço produtivo e empreendedor. As empresas e as pessoas quebram!

O problema ficou claro na divulgação, ontem, de duas pesquisas. O estudo "O brasileiro e sua relação com o dinheiro", elaborado pelo Banco Central do Brasil, mostrou uma queda na posse de cartões de crédito e débito, indicando uma estagnação no acesso da população ao sistema bancário. O levantamento mensal da Federação Nacional dos Veículos Automotores (Fenabrave) – setor que responde por 5% do PIB brasileiro – chamou a atenção para as dificuldades de crédito e a alta da inadimplência, causando impactos negativos sobre as vendas de carros e motos. As vendas do setor caíram 17,3% em junho, na comparação com igual período de 2013.

A Fenabrave calcula que a aprovação de crédito está abaixo de 40% nos pedidos de financiamento de automóveis. Maior é a dificuldade de honrar o crédito contratado. É evidente o comprometimento da renda das famílias. Estima-se uma inadimplência média de 5%. A cada 100 inadimplentes, os bancos conseguem recuperar 15 carros em um prazo que ultrapassa 200 dias. Na média, após essa recuperação, com a depreciação do valor do automóvel, multas, IPVA atrasado e despesas com busca e apreensão, os bancos retomam cerca de R$ 10 mil de um valor médio financiado de R$ 25 mil.

Ou seja, a situação é péssima para quem não consegue pagar. Porém, aparentemente ruim para os bancos – que ainda faturam algum com os leilões e revenda dos veículos apreendidos.

Treinamento para a fraude?

Os super ataque de hackers, emitindo boletos falsos contra os bancos, chama a atenção para um risco em futuro próximo.

Será que o mesmo não pode acontecer com o sistema de transmissão e totalização de votos do nosso dogmático e inauditável sistema eletrônico de votação?

O tema da insegurança eleitoral já começa a ser tratado, com mais seriedade, pela "oposição" – já que é a única maneira de Dilma Rousseff ser reeleita, nas atuais problemáticas condições político-econômicas.

Sugestão

Flavio Meneghetti, presidente da Fenabrave, sugeriu ontem que seria mais fácil e barato rever o sistema legal de retomada de veículos por quem está inadimplente do que manter os descontos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – como tem feito o governo.

Na avaliação de Meneghetti, se houvesse garantia de recuperação do automóvel em 30 ou 60 dias no máximo, os bancos não criariam tanta dificuldade para o crédito como ocorre atualmente.

No Brasil, com o modelo em vigor, o veículo deixa de ser uma garantia segura para quem empresta dinheiro.

Menos judiciário?

O Ministério da Justiça lançou ontem a Estratégia Nacional de Não Judicialização.

A finalidade da Enajud é usar mecanismos como negociação, conciliação, mediação e arbitragem para prevenir e reduzir o número de litígios judiciais, que são caros e morosos.

Da média de 25 milhões de processos ingressados por ano na Justiça do país, 51% envolvem o setor público, 38% as instituições financeiras e 6% as empresas de telecomunicações.

Luiz Carlos Trabuco, que preside o Bradesco e a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), e Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), apoiam o combate à judicialização – que afeta o Custo Brasil.

Fies da Pós

O Ministério da Educação (MEC) acredita que a nova modalidade de expansão dos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) a cursos de mestrado e doutorado e para cursos técnicos do ensino médio poderá atingir cerca de 31,6 mil estudantes, matriculados em mais de 600 programas de pós-graduação presenciais em 170 instituições privadas.

Mas, atenção: os Cursos de lato sensu, como especializações e MBA, não poderão solicitar financiamento.

Confira a portaria do MEC no link:

http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=30&data=02/07/2014

Haverá inadimplência no final?


O Fies foi criado em 2001 para atender somente a alunos que desejassem estudar em cursos de graduação em instituições privadas de ensino superior.

Por meio do contrato, o estudante paga, a cada três meses, o valor máximo de R$ 50, que corresponde somente aos juros incidentes do financiamento.

Ao fim do curso, já com o diploma na mão, o estudante tem 18 meses de período de carência para se reestruturar e se preparar para saldar as dívidas, que podem ser parceladas em até três vezes no período financiado do curso, acrescido de 12 meses.

Riocentro trancado


Por dois votos a um, a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região decidiu ontem trancar a ação penal que responsabilizava cinco militares e um civil pelo atentado à bomba no Riocentro, em 30 de abril de 1981.

A maioria dos desembargadores entendeu que o crime, ocorrido há 33 anos, está prescrito por não se configurar em crime contra a humanidade, uma vez que não ficou comprovada a participação do Estado na ação.

O Procurador Regional da República Rogério Nascimento, que fez a sustentação oral, já avisou que o Ministério Público vai recorrer da decisão com recursos Especial, junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), e Extraordinário, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Inverdade Ideológica

A Comissão Nacional da Verdade classificou de "deploráveis" os relatórios das Forças Armadas concluindo que não ocorreram torturas e outras violações em sete unidades militares durante a tal "ditadura militar":

"A Comissão Nacional da Verdade deplora e lamenta profundamente o entendimento exarado nos três relatórios de que não há comprovação da ocorrência de tortura e outras graves violações de direitos humanos nas instalações militares investigadas".

Nas sindicâncias dos militares, a pedido da comissão, marinha, Exército e Aeronáutica responderam que não houve desvio de função nessas unidades militares.

Leia, abaixo, o artigo do General Rocha Paiva: Doispontos fora da curva: resposta a Miriam Leitão

Petralhada sórdida

Andrea Falcão, ex-mulher de Aécio Neves, usou ontem seu facebook para denunciar uma das muitas armações sórdidas que a petralhada vai promover naquele que promete ser a campanha eleitoral mais infame dos últimos tempos:

"Andam espalhando um texto totalmente mentiroso para atingir o meu ex-marido, Aécio, usando a mim e a nossa filha de forma irresponsável. É um material criminoso, que chega a dizer que eu o teria acusado de usar nossa filha para fazer contrabando de diamantes para o exterior! O texto é tão absurdo que beira o ridículo e subestima a inteligência do leitor. Eu me admiro que pessoas supostamente 'esclarecidas' estejam divulgando uma baixaria dessas, só explicável em função de muita má-fé. Aécio é um homem de bem, um grande amigo, ex- marido presente, por quem tenho um imenso carinho, assim como por toda a sua família, tão querida. É um pai apaixonado, dedicado e muito parceiro na criação e educação de nossa filha. Ela ama demais esse pai, e sabe o homem correto que ele é. Esse tipo de covardia, nos causa enorme indignação, fortalecendo ainda mais a nossa amizade e união".
Aécio Neves foi na mesma balada de Andrea:

"Divido com vocês a indignação da minha ex-esposa, Andrea, em seu Facebook, sobre o falso conteúdo que circula nas redes sociais, atribuindo a ela, entre várias mentiras, a afirmação de que eu usaria nossa filha, Gabriela, para fazer contrabando internacional de diamantes. O absurdo e a covardia dos autores dessa calúnia são exemplos de tudo o que não podemos mais aceitar na atividade política no nosso país. O Brasil merece uma campanha eleitoral limpa. Os brasileiros têm o direito de conhecer a verdade sobre os candidatos. A quem interessa espalhar tanta mentira, tanta calúnia?", rebateu Aécio.

Todo tempo do mundo...




Tatuagem



Protesto Mortal?



Mensaleiros trabalhando...



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O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
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© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 3 de Julho de 2014.
Posted: 03 Jul 2014 07:14 AM PDT
Música no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Lobão
Aqueles que não são
E que jamais serão
Abusam do Poder,
Demência e obsessão.
Insistem em atacar
Com as chagas abertas do rancor,
E aos incautos fazer crer
Que seu ódio no peito é amor.
Tanto martírio em vão,
Estupro da nação,
Até quando esse sonho ruim,
esse pesadelo sem fim?
Apedrejando irmãos
E os que não são iguais,
A destruição é a fé,
E a morte e a vida, banais.
E um céu sem esperança,
A Infâmia cobriu,
Com o manto da ignorância,
O desastre que nos pariu.
E o sangue dos ladrões
De outros carnavais
Na veia de vilões,
tratados como heróis.
E até quando ouvir
Cretinos e boçais
Mentir, mentir, mentir,
Eternamente mentir?
Mas o dia chegará
Em que o chão da Pátria irá tremer,
E o que não é não mais será
Em nome do povo, o Poder.
João Luiz Woerdenbag Filho – o Lobão - é cantor, compositor, escritor, multi-instrumentista, editor de revista, apresentador de televisão e vlogger.
Posted: 03 Jul 2014 07:12 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Luiz Eduardo da Rocha Paiva
A jornalista Miriam Leitão move uma permanente campanha pela punição dos agentes do Estado que derrotaram a luta armada, sendo seu alvo principal os militares. No momento, ela procura ampliar os horizontes da campanha, de modo a motivar a interferência do governo no ensino das escolas militares, impondo-lhes a revisão facciosa da História do Brasil, particularmente a dos anos 1960 e 1970.
Em sua visão distorcida e embotada pelo preconceito contra as Forças Armadas, jamais procurou conhecer o sistema de ensino militar, que prepara jovens para o exercício da cidadania cívica e patriótica. Pretende, ainda, que as Forças Armadas peçam perdão por excessos eventualmente cometidos contra os grupos armados socialistas revolucionários e totalitários nos anos 1960-1970.  
Em recente entrevista com o Ministro da Defesa, Miriam Leitão propôs a imposição da bibliografia oficial do Ministério da Educação (MEC) no ensino da História do Brasil nas escolas militares. Mas desde quando a versão chapa branca da história da luta armada no País, transmitida em escolas civis com aval do MEC dominado por socialistas, corresponde à verdade?
O Ministro da Defesa concordou com a proposta pelo simples fato de ser filiado ao PT, partido integrante do Foro de São Paulo, pois ela contribuirá para a disseminação da ideologia socialista na juventude militar.
Ou seja, a campanha vai ao encontro da estratégia de imobilização das Forças Armadas, promovida pelo segmento majoritário do PT, que dita a pauta política do governo e cujo propósito é implantar o socialismo no Brasil, ideologia assumida publicamente pela Presidente da República[1].
Seria falta de bom-senso, se não fosse proposital, transformar o ensino militar tomando como base um sistema público falido em termos de organização, disciplina, eficiência e valores, que vive em greve em grande parte do ano letivo, e cuja cabeça é exatamente o MEC.
Um sistema onde a cola é tolerada e o professor, desprestigiado, ameaçado e agredido por alunos, não tem autoridade moral, seja por não ter respaldo de seus superiores para exercê-la seja por não dar exemplos de cidadania.
São escolas onde não há segurança física para os alunos, pois eles se agridem, se ferem e, às vezes, se matam ou são assediados livremente por drogados e traficantes. Um sistema onde as escolas são imundas, pichadas e os equipamentos estão danificados e sem manutenção, pela falta de cuidado gerencial e de educação de uma juventude sem freios.
No ensino superior, vândalos travestidos de estudantes invadem e depredam instalações, violam direitos humanos e intimidam a docência e a direção das universidades e faculdades. Com essas credenciais, organizados em grupos ideológicos, pretendem impor as condições de gestão do meio acadêmico, bem como tornar campus universitários territórios livres para drogas, abusos e outros desvios de conduta. Estudantes que violam a dignidade de calouros em trotes violentos e desmoralizantes, sendo seus responsáveis, via de regra, perdoados quando o tema sai da mídia.
É essa matriz de falta de civismo, de ética e de valores, é esse modelo de indisciplina, de desrespeito aos direitos humanos e de reconhecida ineficácia como sistema de ensino que Miriam Leitão, cega pelo ódio revanchista, e certas autoridades, como estratégia gramcista para implantação do socialismo no País, pretendem transportar para o ensino militar. Logo o ensino militar, referência nacional e internacional, onde não ocorre nenhuma das mazelas que ponteiam o meio estudantil subordinado ou ligado ao MEC.
As escolas militares dignificam o ser humano e preparam uma juventude sadia de corpo e espírito, ciente de suas responsabilidades, direitos e deveres na construção do futuro do Brasil. Ora, dona Miriam Leitão, seu discurso não convence a ninguém que tenha um número mínimo de neurônios funcionando normalmente.
Quanto às Forças Armadas de hoje não serem como as dos anos 1960 e 1970 e, assim, deverem pedir perdão por abusos cometidos na repressão à luta armada, a resposta do Ministro não considerou a secular cultura organizacional das Instituições castrenses e o perfil psicológico do militar brasileiro. Por outro lado, a autoridade pode ter preferido não manifestar claramente sua opinião por outros motivos.
Foi o Brasil que evoluiu e as Forças Armadas evoluíram com ele, o que não as obriga a sepultar princípios, ideais, crenças e valores fundamentais. Portanto, se ainda forem fiéis aos anseios e interesses da Nação, esta sim senhora absoluta de sua lealdade, elas a defenderão contra ameaças sejam quais forem e venham de onde vierem. Além disso, se ainda prezam o sagrado compromisso com sua história, tradições, companheiros e chefes do passado, sem ferir preceitos legais, não abandonarão os que "na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se opor a agitadores e terroristas de armas na mão, para que a Nação não fosse levada à anarquia"[2], diante da injustiça contra eles em andamento, a partir das investigações unilaterais da Comissão da Verdade, ao arrepio da lei que a instituiu.
Quanto ao pedido de perdão, para não haver hipocrisia, falsidade e facciosismo, sugiro cobrá-lo do PCB, PCdoB e dos membros dos antigos grupos armados revolucionários, isto é, dos ex-guerrilheiros, hoje anistiados e em importantes posições na sociedade.
Eis os que deveriam pedir perdão pela tentativa violenta de implantar um Estado totalitário socialista; pelo terrorismo, sequestros, torturas e execuções que, direta ou indiretamente, resultaram em centenas de vítimas entre agentes da lei e cidadãos comuns; bem como pelo atraso na redemocratização do Brasil, fruto de sua aventura irresponsável, liberticida e deletéria.
Eles não têm legitimidade para fazer essa cobrança de quem os derrotou e anistiou ao invés de promover um banho de sangue como eles fariam, pois assim foi o desfecho dos conflitos onde o socialismo venceu, a exemplo de suas matrizes diretoras soviética, chinesa e cubana.

[1]
 Consultar www.brasillivreedemocrata.blogspot.com.br/2010/10/dilma-e-socialista.html (entrevista de Dilma Rousseff à Folha de São Paulo de São Paulo em 2007. Acesso em 03/06/2014).
[2] General de Exército Walter Pires de Carvalho Albuquerque – antigo Ministro do Exército.
Luiz Eduardo Rocha Paiva, General na reserva, é Professor Emérito e ex-Comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.
Posted: 03 Jul 2014 07:11 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
O Brasil é um gigante que chegou a idade adulta. Levantou de seu berço esplêndido e caminha, impávido colosso, em direção de seu brilhante futuro.
É verdade que sofreu as doenças infantis e as da adolescência. Teve sarna (que agora parece regredir), intoxicação por tragar molusco podre e anemia por ter sido tratado com sanguessugas.
Cansado dos maus modos da namorada atual, deverá deixá-la em breve em busca de novas aventuras.
Oxalá escolha um caminho seguro, embora árduo, para chegar a seu grande destino.
Se ao contrário, optar por risonhos campos, talvez não advirta os perigos que representam os lobos em pele de cordeiro e as cobras venenosas.
Pior ainda se resolver subir as montanhas até atingir os seus cumes cobertos de neves. Pode cair num precipício ou morrer de pneumonia.
Carlos Maurício Mantiqueira é Livre Pensador.
Posted: 03 Jul 2014 07:07 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Paulo Roberto Gotaç
A economia do país, condicionada às implicações políticas e eleitorais, vive uma espécie de paradoxo para o qual dificilmente se vislumbram a médio prazo soluções bem intencionadas e honestas.
A queda anunciada nas vendas de automóveis pode prenunciar uma  onda de dispensa no setor, fato que, associado ao crédito mais amplo sonhado pelo governo mas resistido pelos agentes financeiros, em virtude da crescente inadimplência, poderá repercutir negativamente no resultado das urnas e colocar em risco a reeleição da atual chefe de estado, face ao curto intervalo de tempo até outubro.
Diante deste cenário, as autoridades responsáveis pela política econômica do governo resolveram manter a isenção do IPI para a venda de veículos novos, renunciando, assim, à arrecadação de quantias expressivas, que deixam de ser investidas em segmentos importantes, como, entre outros, o da mobilidade urbana.
Tal iniciativa deverá evidentemente aumentar ainda mais o estado de estrangulamento no fluxo de transportes das nossas metrópoles, com desperdício de combustíveis e reflexos na produtividade.
Desta forma, se fecha o seguinte círculo vicioso: diminuição de imposto para tentar manter o nível de emprego na indústria automobilística e supostamente salvar a re-eleição, dificultando, no entanto, a implantação de sistemas de transporte público dignos nas cidades que, por precisarem de investimentos pesados e lentos, não possuem aportes eleitorais imediatos, o que leva à adoção de expedientes pragmáticos de redução de imposto para evitar desemprego, visando a vencer as eleições, e assim sucessivamente, fechando-se o circuito.
Há alguma perspectiva de rutura deste ciclo no qual o que se busca primordialmente é manter o poder político e não promover o crescimento consistente da economia? Esperemos que sim.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.

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