quinta-feira, 9 de junho de 2011

Estado paga 276 reformas douradas este ano, mais 64% do que no ano passado

Que apetece dizer?!

A Caixa Geral de Aposentações (CGA) vai pagar, a partir de Julho, mais 30 reformas acima de 4 mil euros, oito das quais superam os 5 mil euros. Assim, e segundo os cálculos feitos pelo i com base nas listas mensais da CGA, desde Janeiro já foram atribuídas 276 reformas milionárias (173 acima de 4 mil euros e 79 superiores a 5 mil euros).
A atribuição de 276 reformas acima de 4 mil euros este ano representa um crescimento de 64% face ao mesmo período de 2010, altura em que o total de reformas douradas atribuídas se fixou em 168 (131 acima dos 4 mil euros e 28 com mais de 5 mil euros). Os números ontem divulgados pela CGA empurram o total de pensões milionárias em Portugal para quase 6 mil. A maioria das reformas mais elevadas são pagas a magistrados, mas também há chefes de serviço de hospitais e professores universitários.
A lista dos funcionários do Estado que vão para a reforma a partir de Julho mostra que a corrida às reformas continua. No total, são mais 1525 funcionários a deixar a vida activa. A grande maioria, cerca de 990 novos reformados ou 65% do total, vai receber menos de 1500 euros de pensão, ficando com a pensão congelada até 2013. Já os funcionários que receberão pensões entre 1500 e 2 mil euros totalizam 178. Estes serão alvo de um corte de 3,5% em 2012.
Do outro lado do barómetro estão as pensões douradas, cujos números totais têm vindo a ganhar escala, representando já praticamente o dobro do universo de 3075 pensões acima de 4 mil euros registadas no final de 2005.
Em Julho, o Ministério da Justiça volta a ser o campeão das reformas mais elevadas, totalizando oito pensões acima de 5 mil euros. Dois procuradores-gerais adjuntos e um juiz desembargador vão arrecadar as pensões mais elevadas de Julho (5356 euros). Segue-se o Ministério da Saúde e o Ministério da Ciência e Tecnologia.
As pensões mais altas serão as mais afectadas pelos cortes previstos no memorando da troika. Enquanto as reformas entre os 1500 e os 2 mil euros serão alvo de uma redução de 3,5%, o corte vai chegar aos 10% nas pensões superiores a 4200 euros. Já as pensões acima dos 5 mil euros vão pagar uma nova taxa de 10%.
Os pensionistas que recebem menos de 1500 euros serão penalizados com congelamentos que apenas não afectarão as reformas mais baixas, para as quais está prevista uma actualização.

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