A Vuvuzela é uma gaita Sul-Africana. E a Galp quer vê-la na boca de todos os portugueses. O Nuno gomes já tem uma e farta-se de soprar nela. Num zapping pelos canais de cabo travei a tempo de ver o Nuno Gomes a dançar com dois rapazes ao mesmo tempo. Cada um tocava o seu instrumento avermelhado em forma de corno, uma espécie de gaita ou corneta com cerca de um metro de comprimento. Aparentemente tudo isto se passava no interior duma estação de serviço da Galp. O som que a gaita emitia era igual ao barulho que alguns portugueses emitem quando é anunciado novo aumento dos combustíveis, "um ruído semelhante ao de uma sirene ou ao de um elefante" segundo a Wikipédia. Jurei não voltar a misturar Brufen com vinho tinto mas depressa percebi que não era eu quem estava a alucinar. Agora Nuno estava a abastecer o carro de uma senhora e a perguntar-lhe se já alguma vez tinha tido a felicidade de ver uma gaita daquelas. Pensei que pudesse ter sido um castigo de Jesus. Não o de Nazaré - Cristo, mas o da Charneca da Caparica - Jorge. Mas que raios... pior castigo do que abastecer na Galp com os preços que eles praticam é difícil de imaginar. E soprar numa corneta antes de ir pagar seria entrar no campo de humilhação. Não me parece que Jesus, mesmo tratando-se apenas de Jorge e não o Rei dos Judeus, seja homem para rebaixar um seu semelhante ao ponto de o mandar ir soprar uma corneta vermelha para a bomba de gasolina mais próxima. Finalmente fez-se luz. Pela boca de um senhor com olhos de tabaco de enrolar misturado com substâncias proibidas percebi que a estranha gaita se tratava afinal de uma Vuvuzela, um instrumento com que aparentemente os sul-africanos gostam de massacrar os jogadores durante as partidas de futebol. A Galp quer pôr os portugueses todos a bufar na dita para apoiar a selecção, e o Nuno afinal estava apenas a vender o produto, não a gasolina porque essa vende-se sozinha e infelizmente não é a tocar gaita que o carro anda, mas o instrumento de sopro. Estou em crer que grande parte dos portugueses, se pudessem, também ofereciam uma gaita aos senhores da Galp para eles tocarem, soprarem, concertarem com colegas de outras companhias petrolíferas e quando se fartarem guardarem num sítio qualquer. Assim de repente não me estou a lembrar de nenhum. Tiago Mesquita (www.expresso.pt)
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