sexta-feira, 26 de junho de 2009

Um fenómeno chamado TMZ.

É como diz hoje o espanhol “El Mundo”. Ao contrário do que se podia esperar não foi uma das referências mundiais dos media a dar a inesperada notícia da morte do rei da pop. Não foi a CNN, não foi o “New York Times”, nem foi o “Los Angeles Times” – apesar de só terem avançado quando este decidiu averiguar por si próprio que era verdade. E só foi verdade quando o “LA Times disse. Mas todo o mundo acabou por ter de citar a TMZ como primeira fonte.
Aliás, o tempo dos grandes jornais darem as notícias em primeira mão pode ter acabado. Elas agora chegam pelos media digitais. E ontem a Associated Press reconhecia o dia da morte de Michael Jackson como um marco na era dos novos media: “It was a where-were-you moment in a digital age”. Ou seja: onde é que estava no dia em que Michael Jackson morreu? Se não estava na net, no Twitter, no Facebook, esqueça, o seu tempo já passou.
É mesmo como a prestigiada “Time” reconheceu, num artigo dedicado ao site, publicado em Abril deste ano, quando o escritório da TMZ em Washington fez um ano: “TMZ is in the house”. Ou como acrescenta a “Newsweek”: inaugurou-se uma nova fase no jornalismo de celebridades.
O site de celebridades chegou ontem em primeiro mais uma vez. E desta vez foi em grande. Confirmaram que Michael Jackson tinha tido um ataque cardíaco, a hora a que a ambulância foi chamada à residência do cantor, falaram com o pai e até têm um pequeno vídeo com a corrida da ambulância que dizem ser a que transportou a estrela. Depois comunicaram que a reanimação na urgência do hospital de UCLA tinha sido falhada. Chegaram sempre primeiro. E mesmo assim, de acordo com um relato da correspondente norte-americana da cadeia de TV britânica Sky News, a TMZ ainda esperou para avançar com a informação. A hora oficial a que foi declarado o óbito foi, segundo o hospital, 14h26. A primeira notícia da TMZ foi colocada online às 17h20. O dia 25 de Junho de 20089 fica assim para a história do mundo e da cultura pop, com a morte do rei Michael Jackson, mas também para a história da TMZ. O perfil do site na Wikipedia foi logo prontamente actualizado com a frase: “A TMZ foi a primeira a dar a notícia da morte de Michael Jackson”.
A TMZ, detida pelo gigante AOL, ganhou o nome da “thirty mile zone”. Esta é a zona de cerca de 40 quilómetros que representa o coração de Hollywood, onde residem estúdios como os da Metro-Goldwyn-Mayer e onde as regras são ditadas pela indústria cinematográfica. É lá que tudo acontece.
À frente da TMZ está o homem que todos indicam ser o espírito do site: Harvey Levin, um ex-advogado de Los Angeles, que decidiu ser jornalista, e que é conhecido na cidade como o antigo apresentador do programa da CBS “Celebrity Justice”.
Dizem que as suas histórias bombásticas vivem de plantar jornalistas à porta das celebridades e dos bares mais “in” de Los Angeles toda a noite e todo o dia. “Não podem ser só entrevistas, “junkets” e tapetes vermelhos. Isso soaria a falso”, defendeu Levin num artigo da “Time”. Ontem a estratégia voltou a resultar.

Publico

 

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