(É para pagar favores destes que queriam despedir 30 mil funcionários públicos à margem da lei fundamental. É para sustentar isto que querem pôr os funcionários públicos a trabalhar gratuitamente uma hora todos os dias à margem da lei. É para isto que querem cortar pensões de reforma, é para isto que cortam protecções sociais no desemprego e rendimento social de inserção, é para aqui que vai o dinheiro dos impostos que aumentaram e que deixaram de ser canalizados para a qualidade dos nossos serviços públicos.)
Mais uma mentira, mais uma fortuna - por Filipe Tourais
Todos se recordarão que os SWAP transferidos para a Parpública geraram polémica pelo facto de a ministra das Finanças ter inicialmente reiterado, por diversas vezes, que o actual Governo não tinha subscrito swaps, responsabilizando o anterior executivo PS pela bomba-relógio criada nas empresas públicas.
Era mentira.
Numa audição no Parlamento no final de Junho, Maria Luís Albuquerque acabou por reconhecer a existência desta operação, que permitiu à Parpública ter acesso a financiamento com condições mais vantajosas do que conseguiria obter se tivesse de ir ao mercado, referindo-se sempre à existência de um único derivado.
"Sejamos absolutamente claros: autorizei a transição de um financiamento para a Parpública que tinha associado um contrato de swap. Sim, é verdade", disse na Assembleia da República. E lá mentiu outra vez.
Segundo o relatório financeiro que a Parpública divulgou na sexta-feira com as contas do primeiro semestre, a Ministra das Finanças autorizou em Janeiro de 2013 a transferência de financiamento que pertencia ao consórcio privado que ia construir o TGV para a holding do Estado, então presidida por Joaquim Pais Jorge.
O pacote financeiro incluía quatro swaps, e não apenas um, como disse a Ministra, quatro SWAPS que em Junho já acumulavam perdas potenciais de 122 milhões de euros, simultaneamente a medida da mentira quanto às condições de financiamento mais vantajosas relativamente àquelas que a Parpública obteria no mercado e também a medida do favor feito ao consórcio Elos, que ia construir o TGV.
É para pagar favores destes que queriam despedir 30 mil funcionários públicos à margem da lei fundamental. É para sustentar isto que querem pôr os funcionários públicos a trabalhar gratuitamente uma hora todos os dias à margem da lei. É para isto que querem cortar pensões de reforma, é para isto que cortam protecções sociais no desemprego e rendimento social de inserção, é para aqui que vai o dinheiro dos impostos que aumentaram e que deixaram de ser canalizados para a qualidade dos nossos serviços públicos.
Tudo isto já justificaria a demissão imediata desta quadrilha feita Governo. Mas também puseram a economia em pantanas, também são responsáveis pelos recordes sucessivos do desemprego, também são responsáveis por uma dívida que pelas suas mãos passou de 100,1 para mais de 130% do PIB.
Obviamente, demitam-se.
Outras páginas.
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