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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Alerta Total

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STF atrasa final do Mensalão, julgando o óbvio ululante: se um regimento vale mais que uma lei

Posted: 09 Sep 2013 05:28 AM PDT

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net

Leia também o site Fique Alerta – www.fiquealerta.net
Por Jorge Serrãoserrao@alertatotal.net

 

A pergunta vale mais que US$ 1 milhão de dólares: José Dirceu de Oliveira e Silva e outros ilustres condenados no mensalão aceitarão cumprir suas penas de prisão, em regime fechado, se o Supremo Tribunal Federal realmente confirmar que sequer aceita apreciar os embargos infringentes, ou mesmo em caso de os recursos serem aceitos e algumas penas acabarem revisadas para menos? Só Deus tem a resposta mais correta.

 

Na quarta-feira, o STF retoma o julgamento que só acaba quando realmente terminar. Sexta-feira passada, o Presidente Joaquim Barbosa já votou que os embargos infringentes não valem como recurso à corte suprema brasileira, no caso da Ação Penal 470. Mas o ministro Luiz Roberto Barroso, o neófito do Supremo, conseguiu que a decisão fosse postergada e apreciada, a partir desta semana, dando até direito aos advogados dos réus de defenderem o uso dos embargos infringentes (não aceitos mais por lei, porém ainda supostamente válidos no regimento interno do STF).

 

Na verdade, a partir de quarta-feira, o STF fará a esdrúxula, protelatória e descabida discussão jurídica. Exceto os caríssimos defensores dos mensaleiros, qualquer criancinha de colo sabe que, na hierarquia jurídica, um regimento não pode se sobrepor a uma lei. Portanto, o prolongamento da discussão sobre o assunto no STF, do ponto de vista prático, é apenas uma chicana – o jeitinho providencial de atrasar o trânsito em julgado do interminável processo político do Mensalão.

 

Tão grave ou pior que o mensalão que não se resolve é o Rosegate – o processo que corre secretamente e que a imprensa, por conveniente conivência com o Palhaço do Planalto, prefere nada publicar sobre. Agora, o assunto ganha mais preocupação interna no governo, graças ao velho-novo ingrediente da revelada espionagem norte-americana (que só a Velhinha de Taubaté seria capaz de acreditar que deixou de ocorrer algum dia contra qualquer governo brasileiro).

 

As perguntas fundamentais não calam: Por que o Rosegate segue em segredo de Justiça, já que é um escândalo de tamanha gravidade que transforma o famoso mensalão em um pequeno roubo de galinhas? Por que Luiz Inácio Lula da Silva, o chefão da ex-chefe de Gabinete do Escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa Noronha, não é convidado, publicamente, a prestar esclarecimentos na Justiça sobre a atuação dela em negócios escusos?

 

Por algumas perguntas sem respostas, no meio de tantas outras também irrespondíveis, é que o final do julgamento do Mensalão pode legar um desagradável desfecho prático perante a opinião pública. Imagina o que vai acontecer se algum condenado resolver pegar um carro ou um jatinho, e fugir do Brasil, dando uma banana para todos? Sabe o que vai acontecer? Acontecerá absolutamente nada. O País da Impunidade, onde o errado se traveste de certo, parece acostumado com tais fugas de responsabilidade.

 

Vejam o caso de Lula. Ele parece um semideus. Blindado até a alma. Escapou milagrosamente do Mensalão. Driblou, mais milagrosamente ainda, um violento câncer na Laringe. Embora fora do poder, Lula parece sempre mais vivo que nunca. Agora, se tudo continuar como sempre esteve, o Rosegate nem passará perto dele.

 

O escândalo da Rosemary será julgado, quando for, uma mera obra de uma assessora que traiu a confiança do amigo que a nomeou e com quem despachava e viajava pelo mundo afora. Lula será eleito senador por São Paulo e ficará ainda mais protegido, a partir de outubro de 2014.

 

O filme já está roteirizado. E os atores, prontos para brilharem mais que a estrelinha do PT, no firmamento da escatologia tupiniquim.

 

Releia o artigo deste Alerta Total: E no Rosegate não vai nada?

 

Espionice

 

Ontem, o Fantástico da Rede Globo revelou que os EUA espionaram a Petrobrás.

 

Na versão global (sem trocadilho), a NSA apontou a empresa como exemplo de alvo a ser monitorado em um tutorial que ensinava agentes secretos a espionar redes privadas de computador.

 

Tomara que os norte-americanos não tenham descoberto nada sobre o escândalo Gemini, que envolve uma transnacional norte-americana, caso que o incansável engenheiro João Vinhosa exaustivamente já denunciou a todas as autoridades do Brasil e dos EUA...

 

Se descobriram, Dilma Rousseff, que foi a presidenta do conselho de administração da petroleira na hora que o negócio foi fechado, vai ter muitas explicações a dar...

 

Vida que segue... Ave atqueVale! Fiquem com Deus.

 

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

 

A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 9 de Setembro de 2013.

A Política como farsa

Posted: 09 Sep 2013 05:24 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Maria Lucia Victor Barbosa

 

No teatro da vida a farsa sempre esteve presente. A hipocrisia, a mentira, a simulação, a impostura, a bajulação ajudam os vencedores da arena da existência, sobretudo, se são dotados da retórica capaz de iludir e convencer.

 

Na atualidade o famigerado "politicamente correto", que exclui valores, embaça percepções e nivela por baixo para atingir o que Alexis de Tocqueville denominou de "males da igualdade", elevou ao máximo a farsa como modo de escapar ao julgamento negativo da maioria. A pessoa diz o que se quer que ela diga e não o que pensa ou sente.

 

Na política, palco máximo da simulação, a farsa nunca esteve tão exacerbada na medida em que conta com o poderoso auxílio da propaganda, que se sofisticou e se disseminou através dos meios de comunicação especialmente os televisivos.

 

Esse ápice da arte de fingir chegou ao nosso país com o governo petista que, finalmente, conseguiu marqueteiros aptos a esculpir imagens ou confeccionar máscaras para compor personagens ideais e palatáveis ao gosto popular.

 

Assim, Lula da Silva, sindicalista esperto, verborrágico, afeito a retórica de porta de fábrica, vestiu a roupagem do operário pobrezinho, necessário à ideologia de esquerda que precisava de um representante do proletariado e, num passe de mágica virou estadista.

 

Nada mais longe da verdade, pois Lula de fato é um semianalfabeto que de pobre não tem mais nada, um populista ambicioso e sem escrúpulos que venceu pela sorte e não pelo valor. Sua fala vulgar, rudimentar, grotesca, algo circense provocou o sentimento de identidade com a massa, que sendo culturalmente necessitada de proteção viu nele o pai generoso a distribuir caridades oficiais que livraram os mais pobres da "maldição" do trabalho. Mas ai de quem disser essas coisas do "líder", imediatamente é tachado de preconceituoso e marcado com novos significados de certos termos inventados pelo PT. 

 

Por exemplo: fulano é da elite. Elite quer dizer produto de qualidade, mas na "novilíngua" petista passa a significar rico e, portanto, mau. As pessoas não percebem que os mandarins do PT estão riquíssimos e que Lula é o queridinho dos banqueiros, dos empresários dos empreiteiros que, aliás, sustentam suas ricas campanhas.

 

Sicrano é de direita. Direita é outro termo no linguajar petista que estigmatiza quem é assim chamado. Ser de direita ensina o PT é ser atrasado, neoliberal, mau-caráter, aquele que odeia os pobres. O bom é ser de esquerda, aquela bem totalitária, que matou milhões em nome da causa, impediu a liberdade, infelicitou, oprimiu e igualou o povo na miséria conservando a rica classe dirigente. Curiosamente, o PT nunca conseguiu definir seu socialismo e sua classe dirigente adora gozar das delícias da burguesia.

 

Do alto de sua arrogância o boquirroto Lula, que gosta de ensinar ao mundo como é que ser faz para converter um país em paraíso, elegeu a primeira mulher presidente. E daí? Ela é a mulher submissa, que não dá um passo sem obedecer ao seu dono e senhor, a gerente que não conseguiu tocar nem loja de R$ 1,90.

 

Vergada sob a herança maldita do seu mentor e de sua própria incompetência, Rousseff está conduzindo o Brasil pelos fiascos dos pibinhos que nos torna lanterninha dos BRICS, pela calamidade da inflação, pelo flagelo da inadimplência. Mas ela não é a mãe do PAC? O PAC foi um aborto, uma ficção como a transposição do Rio São Francisco e tantas outras promessas não cumpridas.

 

Na véspera de 7 de setembro, a governanta veio à TV fazer sua propaganda política. Reconheceu que "ainda somos um país com serviços públicos de baixa qualidade", como se isso não dissesse respeito a seu governo. Entretanto, o que Lula e ela fizeram para melhorar estes serviços nos seus quase 11 anos de poder?

 

Como o forte do PT não é autocrítica, Rousseff, na mesma performance se vangloriou de trazer os médicos cubanos escravos, doutrinadores ou não, que dão um bom lucro para Fidel Castro e, provavelmente, para o governo brasileiro.

 

A última da governanta foi no G20. Ela discursou tirando satisfações do presidente Obama sobre espionagem. Uma tentativa de levantar os brios nacionalistas brasileiros e se colocar como vítima. Quem sabe também de obter o assento na Comissão de Segurança da ONU, almejado pelo PT há longo tempo. Ficou falando sozinha, pois os participantes estavam preocupados com o importante caso da Síria.

 

O fato é que o Brasil está longe de alcançar sua independência enquanto o povo continuar a votar nesse tipo de gente. E não se duvide que a bancada da Papuda, que deve aumentar caso os "mensaleiros" sejam presos, possa ser reeleita, apesar da cusparada que o Congresso Nacional deu na cara do país mantendo o mandato do deputado presidiário, Natan Donadon. Infelizmente, o ser humano ama a farsa e a pratica.

 

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga - www.maluvibar.blogspot.com.br- mlucia@sercomtel.com.br

Mais Jabuticabas

Posted: 09 Sep 2013 05:30 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Paulo Roberto Gotaç

 

A Jabuticabas como o crime coordenado e comandado através de celulares operados por presidiários confinados em penitenciárias de segurança máxima, a  impunidade quase institucionalizada, o  quebra-molas e o asfalto urbano esburacado, entre outras, acrescente-se a mais recente: os abichornantes embargos infringentes.

Ininteligível para o cidadão não habituado ao calão jurídico, a expressão, aplicada especificamente ao processo do mensalão, significa, na prática, que, caso aceitos, os recursos abrirão caminho para um novo julgamento, o que certamente eternizará o processo, que já dura sete anos, e constrangerá ainda mais a justiça brasileira diante da comunidade internacional. 

Transpirada solertemente das hostes petistas, às quais pertencem os cardeais da corrupção política, já condenados, a alternativa se manifesta através de uma sutil influência dos recém-nomeados para o plenário da Corte, inexplicavelmente partidários da tese do rigor excessivo com que os autos foram analisados.

Apesar de alijado das regras de funcionamento dos tribunais superiores por lei de 1990, o subterfúgio foi ressuscitado e está sendo colocado numa região cinzenta do direito que dá margem a posicionamentos polêmicos quanto à sua interpretação, com o propósito explícito de postergar a conclusão da vergonhosa mega-pendenga que está deixando a sociedade em estado de apreensão e desalento. 

Exceção feita  ao  Ministro Joaquim Barbosa, o único a ter-se manifestado explicitamente contra  a aceitação dos infringentes, é fundamental que nossos nobres togados, nas sessões que estão por vir, entendam (e certamente entendem!) o desgaste que vem representando a procrastinação desnecessária de um julgamento que está sendo penosamente escrito ao longo  das páginas mais cruciais da história da justiça brasileira uma vez que poderá criar pontos capazes de formar uma curva representativa muito mais edificante que a anterior. 

Srs. Juízes, encerrem logo essa ópera dos horrores e permitam que o STF retome um ritmo sereno, sobranceiro e despolitizado, que permita à Corte máxima funcionar como a de qualquer democracia baseada no estado de direito.

Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-mar-e-guerra, reformado.

Não tenho nada a aprender com os médicos cubanos

Posted: 09 Sep 2013 05:20 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Humberto de Luna Freire Filho

 

O ex-presidente com é de costume procurou e encontrou, como sempre, um palanque para expressar seus raciocínios intestinais. O fato ocorreu no dia 28/08 em um evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que na ocasião comemorava seus  30 anos de desserviços prestados ao país. Ele sem nenhum conhecimento de causa; primeiro, por ser um semianalfabeto que tem preguiça de ler e, não acreditando em suas limitações, resolve defender o programa "Mais Médicos", carro chefe de uma política suja, para uso na tentativa de eleger um terceiro poste, desta vez  para o governo do Estado de São Paulo.

 

Suas palavras: "Acho abominável um grupo de pessoas ( referindo-se aos acontecimentos de Fortaleza) fazer protesto contra profissionais de outros países, que fizeram um favor para nós de vir ao Brasil cobrir os lugares que os médicos brasileiros não querem ir". Esse indivíduo é simplesmente ridículo e encarna a imoralidade reinante no país. O pior em tudo isso é que no final ainda encontra uma imprensa comprometida com a quadrilha. Uma imprensa dependente da superfaturada publicidade oficial e que para continuar mamando nas tetas do governo dá total apoio e divulgação a tais aberrações. Uma agressão direta à sociedade não comprometida com o esquema de corrupção reinante.

 

Hoje um obtuso colega ( sou médico) cooptado  pelo Palácio do Planalto e travestido de Ministro da Saúde declara para a grande imprensa que "Cubanos tem muito a nos ensinar". Ora senhor ministro!!! após 36 anos exercendo a profissão, eu não tenho nada a aprender com cubanos, em nenhum aspecto, seja médico ou ideológico. 

 

Talvez você tenha, porque para quem nada sabe e dando o desconto do mau caratismo, o que lhe vier é lucro. Eu, ao contrário. tenho muito a ensiná-los e o farei com muito prazer. Inicialmente mostrando-lhes com deixar de ser escravos de uma regime apodrecido, que em 50 anos  levou seu país ao caos, e que hoje, caindo aos pedaço, seus dirigentes fazem acordos espúrios com o desprezável governo brasileiro, que tenta repaginar o tráfico de escravos. Governo corrupto com governo corrupto se entendem, a diferença será em dólares para a campanha eleitoral de 2014. Não é mesmo?

 

 

Humberto de Luna Freire Filho é Médico.

A bolsa eleição

Posted: 09 Sep 2013 05:18 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Por José Horta Manzano

 

«Não existe político honesto» ― é frase que, de tão batida, está-se transformando, não sem razão, em lugar-comum. Em matéria de honestidade política no Brasil, é verdade que precisa levantar cedo, levar uma boa lanterna, abrir bem os olhos e procurar muito. Gente fina está cada vez mais difícil de achar. Mas toda regra costuma ter suas exceções. Quem procura acaba encontrando.

 

O doutor Hélio Bicudo, jurista de formação, está entre os raros brasileiros que se encaixam no perfil estreito do homem público íntegro. Foi procurador e promotor de Justiça, secretário municipal, vice-prefeito de São Paulo. Por breve tempo, foi até titular do Ministério da Fazenda. Hoje, aos 91 anos, conquanto guarde sua visão aguda e lúcida sobre a sociedade, está menos envolvido na vida pública. Há um tempo para tudo.

 

Humanista e humanitário, doutor Bicudo sempre batalhou pela defesa dos direitos humanos. Quando alguns idealistas se reuniram, faz mais de 30 anos, para fundar um novo partido político com o intuito declarado de defender os interesses dos oprimidos e dos trabalhadores, Hélio Bicudo não hesitou: juntou-se ao grupo. Foi um dos membros fundadores do PT.

 

Os anos passaram, a Terra girou, o Brasil mudou muito. O partido do doutor Bicudo chegou ao poder maior, a presidência da República. Mas a agremiação, na visão do jurista, estava desfigurada. Havia-se arredado demais de sua vocação primeira. Sentindo que a confraria partia à deriva e que a generosidade e o idealismo do início se haviam perdido pela estrada, o doutor Bicudo, desencantado, apeou do bonde. Desfiliou-se do PT.

 

Quem não tiver visto ainda, pode encontrar facilmente na internet o depoimento, com imagem e som, que Hélio Bicudo gravou alguns anos atrás. Discorre sobre a bolsa família. Revela que o programa de redenção dos miseráveis embutia um despudorado cálculo eleitoral: o esquema traria 40 milhões de votos para o partido e garantiria sua perpetuação no poder. Visto que o antigo partido do doutor Bicudo ainda continua empoleirado lá em cima, é de crer que tenha dado certo. Pelo menos até hoje.

 

Já faz tempo que se cogita, nas altas esferas, em importar médicos de Cuba. De uma só tacada, dois objetivos: mostrar preocupação com a saúde dos brasileiros e enviar um óbulo à dinastia reinante na ilha. No entanto, dada a resistência das associações que defendem os interesses dos médicos tupiniquins, a ideia foi deixada em banho-maria.

 

As manifestações de junho desfiaram um rosário de pedidos de «mais»: mais escolas, mais segurança, mais transportes. Uma reivindicação sobressaía: mais médicos. Era o sinal pelo qual o Planalto esperava havia tempo! Na onda do clamor popular, era hora de agir rápido. A importação de médicos podia entrar na ordem do dia.

 

Muita crítica está sendo aventada diante dessa iniciativa do governo. Há quem perceba a introdução de uma medicina de duas velocidades: uma para o andar de cima, outra para o populacho. Muitos médicos brasileiros, por seu lado, consideram injusto terem sido obrigados a se esforçar mais que seus colegas cubanos para obter o mesmo diploma. Há quem veja na diferença de línguas um obstáculo intransponível. Outros temem que os estrangeiros não tenham recebido formação suficiente. Enfim, há críticas de todos os feitios, para todos os gostos. Quanto a mim, vejo, embutida nessa operação, uma jogada pra lá de astuciosa.

 

A graciosa leitora e o ilustre leitor certamente já estiveram alguma vez num consultório médico. Assim como católicos despejam seus pecados no confessionário, pacientes confiam ao médico segredos íntimos, daqueles que nem sempre se compartilham entre marido e mulher. O respeito cria uma relação de confiança. O paciente pouco instruído tende, com mais forte razão, a admirar o galeno e a ver nele quase um guru. Se o médico missionário, no recôndito do consultório, sugerir ao paciente que vote neste ou naquele candidato, terá boa chance de ser obedecido.

 

Façamos as contas. São 4000 médicos cubanos. Se cada um der 20 consultas por dia, serão 100 pacientes por semana. Em um ano, cada médico terá dado 5000 consultas. Agora, ficou fácil: 4000 x 5000 = 20 milhões. Em teoria, 20 milhões de pacientes terão uma conversinha reservada, a portas fechadas, com os missionários da ilha caribenha. Ano sim e outro também.

 

Se os missionários tiverem recebido bom treinamento como cabos eleitorais, seus discretos conselhos hão de granjear muitos milhões de votos para o embornal do partido no poder. Bem bolado, não?

 

 

José Horta Manzano é Empresário, editor do site BrasildeLonge.com - Artigo publicado pelo Correio Braziliense em 7 setembro 2013.

O finado Sete de Setembro de 2013

Posted: 09 Sep 2013 05:13 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Valmir Fonseca

A história do Sete de Setembro, nós sabemos. Eu espero.

A nossa autonomia em relação a Portugal foi anunciada com o brado de "independência ou Morte" pelo Príncipe D. Pedro em 1822, que assim, declarou - se dono de sua vontade e soberano de seus súditos, o povo brasileiro.

Se hoje, o populacho nem sabe o que se passa em sua volta, exceto se tratar - se de pão e circo, imaginem naquela época.

Portanto, para a maioria dos nativos de antanho, o gesto próximo às margens do Ipiranga, não significou absolutamente nada.

Entretanto, sacramentado o ato de D. Pedro como um bravo gesto para o bem dos nacionais, a data tornou - se especial, pela coragem do Príncipe, que representava a nacionalidade que nascia.

E assim, foi que através dos anos, a data tornou - se significativa para a dignidade e para a soberania nacional.

Na data, feriado nacional, os desfiles, com tropas, colégios e diversas entidades, externavam e impregnavam no público um entusiasmo contagiante.

Nas casernas, antecedendo a data, havia a expectativa de demonstrar para o público que acorria às ruas, um desfile exemplar, por isso, semanas antes realizavam exaustivos, mas dedicados treinamentos.

E assim, foi por décadas, até que...

Iniciadas as governanças lulo - petistas, os desfiles antes coordenados pelas autoridades militares, passaram a ficar subordinados aos ditames do desgoverno, a muitos empecilhos e a custarem cada vez mais.

Esvaziando a Data Magna, aos poucos foram espantando o grande público.

As autoridades militares foram expurgadas do palanque principal.

Para os que gostavam de anualmente assistir aos desfiles, a cada ano, a garbosa e contagiante marcha dos soldados em suas engomadas fardas, foi ficando a cada ano menos empolgantes.

O deste ano foi o réquiem de uma data festiva.

Na tradição histórica, datas como o sete de setembro, o 15 e o 19 de Novembro, assim, como outras que sempre foram caras para a nacionalidade, estão morrendo à míngua, comprovando que para a alta cúpula que nos domina, aquelas datas devem ser expurgadas.

É a tentativa de apagar da nossa memória momentos especiais e, por consequência, as figuras históricas que as protagonizaram.

Sim, é mais fácil dominar um País sem tradições, sem memória, sem heróis, pois eles pretendem construir novos parâmetros nesta lavagem cerebral.

Pelo exposto, sem dúvida, merecemos uma estátua do Lula, e que ela seja grandiosa, majestosa, pois ELE SERÁ ou já É um dos heróis que em breve cultuaremos.

 

Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Presidente do Ternuma, é General de Brigada Reformado.

As letras e a paz

Posted: 09 Sep 2013 05:12 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Por João Baptista Herkenhoff

 

O primeiro desafio que enfrento, quando me coloco à frente do computador para escrever o artigo semanal que me compete, é a escolha do tema. Às vezes a inspiração mergulha no silêncio e nada me ocorre. Outras vezes pululam na mente dezenas de possibilidades.

 

Entre o completo vazio interior e a voz estridente de uma pluralidade de assuntos, há uma situação particularmente delicada. É quando dois temas, apenas dois disputam atenção, como está ocorrendo neste momento.

 

Devo tratar de Literatura, já que comemoramos justamente hoje o aniversário de fundação da Academia Espírito-Santense de Letras, a mais importante instituição cultural do Estado onde moro?

 

Ou discorro sobre a Paz tendo em vista o perigo de uma guerra mundial, se os Estados Unidos cometerem a insensatez de invadir a Síria?

 

Opto por matéria de sabor local (academia de letras plantada no solo capixaba); ou alargo a vista além-fronteiras para cuidar da Síria distante, encravada entre a Jordânia, o Iraque, a Turquia e o Líbano?

 

Que tal fundir as matérias e falar sobre a relação entre as Letras e a Paz?

 

A Literatura, em alguns de seus mais gloriosos vôos, exaltou a Paz (Tolstói, Hemingway, por exemplo). Entretanto outras vezes a Literatura, ainda que em obras inexpressivas, pactuou com a Guerra.

 

Vejo a Literatura a serviço da justiça e da verdade, opondo-se a tudo que nega esses valores. O escritor engrandece seu ofício quando, através da pena, torna-se profeta de um mundo novo, pacífico, solidário e justo.

 

A academia é um espaço de convivência entre pessoas que vivem na dimensão do ser, pessoas que buscam a construção da fraternidade. Multipliquem-se as academias no território brasileiro e estaremos construindo uma rede de defensores do diálogo, da compreensão, da fraternidade universal.

 

A ideia de paz acolhida nas mentes e corações resulta de uma busca da inteligência e da vontade. O grande desafio é: disseminar o sentido de paz em todo o organismo social; educar para o florescimento, a manutenção e a defesa da paz; plasmar uma cultura da paz radicada no inconsciente coletivo.

 

Esse esforço educacional terá, necessariamente, diversos artífices, diversas fronteiras de atuação. Papel fundamental cabe a aqueles que fazem da palavra estrita ou falada seu instrumento de trabalho.

 

A luta a favor da paz não é fácil. Interesses econômicos monumentais sustentam as guerras. Na maior potência do mundo, alternam-se governos, mudam os atores que tomam lugar no palco, mas a política belicista continua exatamente a mesma.

 

 

João Baptista Herkenhoff, magistrado aposentado, Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, palestrante pelo Brasil afora e escritor. E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br

 

 

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