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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Revelações que a crise nos traz - Expresso.pt

frase de Vítor Constâncio no Parlamento foi muito reveladora do nosso tempo.

O governador do Banco de Portugal disse que nunca pensou que Oliveira Costa fosse capaz de agir como agiu. Na verdade, parece inimaginável. Como a acusação de que são alvo os ex-gestores do BCP, com Jardim Gonçalves à cabeça.

Mas estas revelações - como a que ocorreu com Madoff e com tantos outros em todo o mundo - só surgem devido à crise. Ao contrário do que muitos têm dito, a crise não se deve à existência de gestores assim. O movimento é o oposto: descobrimos que há gestores assim, porque estamos em crise. E, por muito que a regulação controlasse as instituições e as pessoas, há sempre aspectos que escapam, meandros que não se entendem.

Mas a situação por que passam as empresas põe a nu outro aspecto bem mais perverso do que um grupo de banqueiros ambiciosos e eventualmente com poucos escrúpulos: a influência do nosso Estado na economia.

A crise permite que o Estado - e em Portugal, infelizmente, Estado é Governo (como "Banco é Caixa") - se torne cada vez mais poderoso. Quotidianamente assistimos a empresários e empresas que não sobreviveriam sem apoios, incentivos ou contratos com o Estado a pronunciarem-se sobre aspectos que estão em plena discussão política, pagando deste modo os favores que recebem. Quase diariamente percebemos que a sobrevivência de gestores e de projectos depende das boas graças do Governo, do facto de não denunciarem, de concordarem, de serem subservientes. E não se pense que digo isto em relação a este Governo específico - o mesmo mal que hoje temos com Sócrates já tivemos com Cavaco Silva ou com Durão Barroso e Ferreira Leite. É a própria organização do Estado que lhe permite dirigir a economia, sem que a sociedade civil mostre mais do que sinais de anomia e sem que as empresas contestem um sistema que as menoriza; pelo contrário, a maioria aproveita-se dele e parece preferir viver assim.

É por isso natural aparecerem tantos ex-políticos à frente de empresas. Como Oliveira Costa, que tinha sido secretário de Estado e funcionário do Banco de Portugal. Insuspeito, portanto...

É por isso que um negócio entre duas empresas aparentemente privadas, como a Prisa e a PT (onde abundaram ex-políticos) tem tanto que se lhe diga. Quando o Governo diz que não sabia, ainda que possa ser verdade, é politicamente falso.

O Governo controla a PT e muitos, senão todos os grandes accionistas da PT. Todos o sabem. Eu lamento-o.

Henrique Monteiro

Refundar a justiça

 

III República tem de ser refundada. A III República - a alcunha institucional de Portugal - precisa de uma nova luz. E essa luz só poderá nascer de uma reforma da Justiça. A Estrada de Damasco da III República será a reforma, ou melhor, a revolução da Justiça portuguesa.

Refundar a Justiça será uma epopeia com vários capítulos. Mas nenhum capítulo será mais importante do que este: acabar com a impunidade corporativa do Ministério Público (MP). O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público orgulha-se da autonomia do MP. Ora, o problema é precisamente esse. O MP é demasiado autónomo em relação aos circuitos de responsabilização democrática. Os procuradores - é bom relembrar - não são juízes; o MP não é um tribunal. Os procuradores são os advogados do Estado, e, como tal, deveriam estar ligados ao poder democraticamente eleito, isto é, ao ministro da Justiça (MJ). Porém, no actual statu quo, os nossos procuradores respeitam apenas o seu sindicato, e desprezam o MJ. Os procuradores portugueses não são advogados do Estado. São, isso sim, fiéis escudeiros do seu sindicato. Esta impunidade corporativa do MP, que escapa à responsabilização democrática, tem de acabar.

O nosso MJ não passa de um faxineiro. Não estou a falar deste MJ em concreto, mas do próprio cargo de MJ. Barack Obama não faria melhor do que Alberto Costa, porque o cargo é institucionalmente fraco. O MJ português é um assistente burocrático dos sindicatos de magistrados: só serve para comprar computadores e para pagar as contas da água e da luz. O MJ não fixa prioridades de investigação, e não tem qualquer poder dentro do MP. É um ministro fantasma. É um ministro sem pasta. Por outras palavras, Portugal não tem um político que responda pela incompetência da Justiça. Quando surge um escândalo judicial, nós nunca sabemos de quem é a culpa. Será do MJ? Ou será do procurador-geral da República (PGR)? A culpa acaba por morrer solteira, e o país fica sempre sem um rosto para responsabilizar. O MJ e o PGR, de facto, mandam muito pouco. O verdadeiro poder mora no ilegítimo sindicato dos procuradores. Isto tem de acabar. O nosso Estado de Direito é refém de um sindicato.

Nos EUA, o attorney general é, digamos assim, um ministro-procurador. É este o modelo que devemos seguir. Devemos fundir os cargos de MJ e PGR. Afinal de contas, num Estado de Direito democrático, o procurador - o advogado do Estado - só pode ser um ministro que preste contas ao fim de quatro anos. Portugal precisa de um MJ a sério, e não de uma mulher-a-dias que, por acaso, se senta no conselho de ministros.

Para eurodeputado ler

Em "O Romance morreu - Crônicas" (Companhia das Letras; edição brasileira), descobrimos que o escritor brasileiro Rubem Fonseca estava em Berlim quando o muro caiu em 1989. Na crónica 'Reminiscência de Berlim', Fonseca descreve o sentimento das pessoas que derrubaram o comunismo: os berlineses orientais queriam ser 'europeus', queriam o modo de vida ocidental. Ou seja, a maior movimentação popular da história recente foi uma adesão ao liberalismo. Em 2009, no meio dos delírios antiliberais que por aí andam, convém recordar este insignificantíssimo pormenor.

Henrique Raposo

Refundar a justiça - Expresso.pt

Sir Bobby Robson will be “sorely missed” - PM

Sir Bobby Robson; PA copyrightThe Prime Minister has said he is "extremely saddened" to hear of the death of Sir Bobby Robson, who has lost his battle with cancer aged 76.

The former footballer and manager had played for Fulham and West Bromwich Albion during the 1950s and 1960s before going on to manage England and a number of clubs including Newcastle and Barcelona.

Gordon Brown said he would be "sorely missed" by sports fans across the country.

He said:

"I was extremely saddened to hear of the death of Sir Bobby Robson. I had the privilege of meeting Bobby on many occasions. He epitomised everything that is great about football in this country. His passion, patriotism, dedication and professionalism knew no equal during his time both as a player and a manager. His remarkable achievements as manager of Ipswich town and then of England are among the most distinguished in English football history, and he was able to replicate that extraordinary success during his time at PSV Eindhoven, Porto and Barcelona.

"Over the past few years, he fought cancer with his characteristic tenacity and good humour. He will be sorely missed - not only in Newcastle and Ipswich, both of whom he served with such devotion, but by all sports fans in our country. My sincere condolences go to his wife Elsie and his family."

Sir Bobby Robson, who had previously beaten cancer on a number of occasions, launched the Sir Bobby Robson Foundation last year to raise money for cancer research.

Erros Estratégicos na Nova Rede Ferroviária

O Governo está a cometer um erro estratégico ao propor uma rede que não vai permitir transportar directamente os contentores do nosso território e portos para à U.E.O nosso país ficará mais isolado e menos competitivo.

Bela definição


Rei Juan Carlos definindo a "profunda sintonia" entre Portugal e Espanha" na inauguração do Instituto Ibérico de Nanotecnologia: "Nem podia ser de outra maneira entre duas nações antigas, vizinhas, amigas, sócias e aliadas".

Luas



Ao ver reportada, há dias, a persistente existência de alguns cépticos, por esse mundo fora, que ainda não acreditam na chegada do homem à Lua, em Julho de 1969, não pude deixar de recordar um episódio anedótico anterior, passado em Portugal.

Estávamos em 1957 e a União Soviética anunciara a colocação em órbita do seu primeiro satélite, o Sputnik. Este primeiro passo na aventura espacial, hoje considerado decisivo para tudo o que se lhe seguiu, não foi muito bem visto por alguns sectores oficiais portugueses, quiçá tementes que, com esse êxito, as doutrinas políticas que emanavam de Moscovo pudessem ter o seu caminho facilitado no nosso país.

Ora uma voz da "ciência" portuguesa, o astrofísico professor Varela Cid, concluíra uma teoria sobre o tema que agradava ao regime. E recordo que aí tivemos, com direito a quadro negro e explicações a giz, a demonstração pelo nosso "sábio" luso, na nascente RTP, da "impossibilidade" prática de um satélite poder ser posto em órbita.

Não há limites para o ridículo.

Álvaro Cunhal

 José Saramago

Não foi o santo que alguns louvavam nem o demónio que outros aborreciam, foi, ainda que não simplesmente, um homem. Chamou-se Álvaro Cunhal e o seu nome foi, durante anos, para muitos portugueses, sínónimo de uma certa esperança. Encarnou convicções a que guardou inabalável fidelidade, foi testemunha e agente dos tempos em que elas prosperaram, assistiu ao declínio dos conceitos, à dissolução dos juízos, à perversão das práticas. As memórias pessoais que se recusou a escrever talvez nos ajudassem a compreender melhor os fundamentos da raquítica árvore a cuja sombra se recolhem hoje os portugueses a ingerir os palavrosos farnéis com que julgam alimentar o espírito. Não leremos as memórias de Álvaro Cunhal e com essa falta teremos de nos conformar. E também não leremos o que, olhando desde este tempo em que estamos o tempo que passou, seria provavelmente o mais instrutivo de todos os documentos que poderiam sair da sua inteligência e das suas finas mãos de artista: uma reflexão sobre a grandeza e decadência dos impérios, incluindo aqueles que construímos dentro de nós próprios, essas armações de ideias que nos mantêm o corpo levantdo e que todos os dias nos pedem contas, mesmo quando nos negamos a prestá-las. Como se tivesse fechado uma porta e aberto outra, o ideólogo tornou-se autor de romances, o dirigente político retirado passou a guardar silêncio sobre os destinos possíveis e prováveis do partido de que havia sido, por muitos anos, contínua e quase única referência. Quer no plano nacional, quer no plano internacional, não duvido de que tenham sido de amargura as horas que Álvaro Cunhal viveu ainda. Não foi o único, e ele o sabia. Algumas vezes o militante que sou não esteve de acordo com o secretário-geral que ele era, e disse-lho. A esta distância, porém, já tudo parece esfumar-se, até as razõess com que, sem resultados que se vissem, nos pretendíamos convencer um ao outro. O mundo seguiu o seu caminho e deixou-nos para trás. Envelhecer é não ser preciso. Ainda precisávamos de Cunhal quando ele se retirou. Agora é demasiado tarde. O que não conseguimos é iludir esta espécie de sentimento de orfandade que nos toma quando nele pensamos. Quando nele penso. E compreendo, garanto que compreendo, o que un dia Graham Green disse a Eduardo Lourenço: "O meu sonho, no que toca a Portugal, seria conhecer Álvaro Cunhal". O grande escritor britânico deu voz ao que tantos sentiam. Entende-se que lhe sintamos a falta.

Repsol, Cepsa e BP multadas em Espanha por fixação indirecta de preços.

Em Espanha é assim! Cá é a vergonha que estamos habituados…

A Comissão Nacional de Concorrência decidiu multar as companhias Repsol, Capsa e a BP em 7,9 milhões de euros por fixação indirecta de preços de venda ao público nas suas estações de serviços, refere o site do jornal "El País"

 

 

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Presidente do Santander Totta considera spreds actuais baixos.?!?!?!

Tem razão o Sr. Nuno Amado, pois os portugueses ainda lhe não entregaram as suas casas, por impossibilidade de pagamento, ao seu banco, e aos outros, para que eles sejam efectivamente, isto é legalmente, donos do seu ultimo lugar, daquele que lhes resta. Os empréstimos que fazem ,ao consumo são +/- 25%, ao ano, e adquirem-no, no mercado internacional a 3%!?!?!?!.

Então o que é o spread? Spread é :

Para o millennium Spread é a Margem aplicada sobre uma taxa de referência, para obtenção da taxa de juro a considerar em determinada operação. (Empréstimos e Crédito à Habitação)

No Brasil, é:

-A Taxa cobrada pelas instituições financeiras em empréstimos ou financiamentos internacionais. Ela varia de acordo com o risco da operação. Um exemplo: se um país pede empréstimo e há chances de não honrar seus compromissos, o spread é alto. Quanto maior o risco, maior a taxa.

O "spread" de Juan Manuel Wernicke

Diferencial entre as taxas activas e passivas!

Margem aplicada sobre uma taxa de referência, para obtenção da taxa de juro a considerar em determinada operação. (Empréstimos e Crédito à Habitação) 

 depois das sanguessugas do governo, nos impostos, dos Srs. Amorim e Belmiro nos bens de consumo, novamente Amorim e Eduardo dos Santos, nas gasolinas, Mexia na electricidade, das empresas com salários miseráveis , fora os que nem emprego tem, etc  O presidente do Santander Totta, Nuno Amado, defendeu, hoje, que «os spreads estão provavelmente algo abaixo, em média, daquilo que deveriam ser», durante a apresentação dos resultados semestrais da instituição, em Lisboa. Nuno Amado posicionou-se ainda contra os grandes investimentos, como o TGV e o novo aeroporto, na conjuntura económica actual.

Desenvolvimento científico em Portugal exige estabilidade de políticas

O primeiro-ministro, José Sócrates, salientou hoje que os resultados dos investimentos realizados na ciência exigem agora «estabilidade», defendendo que esta área tem de estar protegida das turbulências financeiras e políticas do país.

 

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Soluciones Cristiano Ronaldo

CARLOS E. CARBAJOSA

MADRID.- Cristiano Ronaldo ha abierto la veda, la suya particular, y eso es lo mejor que le puede pasar al Real Madrid. El genio portugués fue el artífice principal del triunfo de anoche en el Bernabéu. La consecuencia principal es la menos importante: que habrá semifinales de la Peace Cup el próximo viernes ante la Juventus, una cita para subir a este torneo a un transbordador espacial. La segunda lectura es la que más interesa: la realidad de que Ronaldo va muy en serio desde el principio.

Rápido, intuitivo, perseverante, sin hueco para la rendición e interesadísimo siempre en el área contraria, el crack desatascó un empate sin goles nada más comenzar la primera parte con un par de regates dentro de una carrera muy rápida; le hicieron penalti antes de poder armar su pierna izquierda, y marcó desde los 11 metros para celebrar su primer tanto con el Madrid. Lo hizo con todos los sentidos que juega, que deben ser siete u ocho.

Unos minutos más tarde, enchufado como pocos se enchufan en partidos como el de ayer (no digamos en los que hay carne en juego), provocó con un trallazo lejano de los suyos un despeje esforzado del portero y el remate final de Granero. El chico que regresó desde el Getafe le ha cogido el espacio y el tiempo a su nuevo destino. Miró bien y se movió mejor para lograr un rendimiento estupendo. Todo lo que ahora mismo se puede imaginar uno de El Pirata es bueno.

El Madrid tiene mucho que soñar por arriba y mucho que trabajar por abajo, porque el Liga de Quito le mantuvo en tensión hasta el último momento. Marcó dos goles y pudo haber hecho alguno más en la primera parte, si no llega a ser porque Dudek sacó un par de manos muy buenas. El próximo viernes es más que probable que el fútbol dé la vuelta. Y es probable que Benzema, notable anoche, y Robben, con su muesca de siempre, no puedan jugar.

 

 

 

Cavaco envia diploma sobre Reabilitação Urbana para o Tribunal Constitucional

O Cavaco está desconfiado que vinha ai mais uma golpada, a pretexto de uma bondade, da lei?

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, requereu hoje ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva da constitucionalidade de duas normas do diploma sobre reabilitação urbana

 

Descoberto menir que ajuda a redefinir relações culturais ibéricas de há 3500 anos

Um golpe de vista de agricultores do Fundão permitiu descobrir um menir que pode ajudar a redefinir relações culturais ibéricas na Idade do Bronze, há 3500 anos atrás, adiantaram à Agência Lusa os arqueólogos que estudam o achado.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Coreia do Norte O horror do gulag que o mundo teima em ignorar.

Apesar de ser impossível obter números precisos, os governos ocidentais e os grupos de defesa dos direitos humanos estimam que centenas de milhares de pessoas tenham morrido nos campos de trabalhos forçados da Coreia do Norte. Por Blaine Harden

Imagens e relatos do gulag da Coreia do Norte tornam-se cada vez mais precisos, angustiantes e acessíveis a cada ano que passa. Um apanhado dos testemunhos de sobreviventes e ex-guardas, recentemente publicado pela Associação Judicial Coreana, relata em detalhe as vidas e o dia-a-dia dos 200 mil prisioneiros políticos que se estima que estejam nesses campos. Com uma alimentação que consiste basicamente em milho e sal, perdem os dentes, as gengivas ficam pretas, os ossos enfraquecem e, à medida que os prisioneiros envelhecem, vão ficando curvados. A maioria trabalha entre 12 e 15 horas por dia até morrerem de doenças relacionadas com a má nutrição, geralmente por volta dos 50 anos de idade. Com apenas uma muda de roupa, vivem e morrem vestidos de farrapos, sem sabão, meias, roupa interior ou toalhas para a higiene.

Os campos nunca foram visitados por estrangeiros, por isso estes relatos não podem ser certificados de forma independente. Mas fotografias de satélites de alta definição, agora acessíveis a qualquer pessoa que disponha de uma ligação à Internet, revelam vastos campos de trabalhos forçados nas montanhas da Coreia do Norte. As fotografias corroboram as descrições dos sobreviventes, pois mostram: entradas para minas onde, contam os antigos prisioneiros, trabalhavam como escravos; centros de detenção onde ex-guardas afirmam que torturavam até à morte os prisioneiros que não colaboravam; e paradas onde os antigos prisioneiros, segundo estes contam, eram obrigados a assistir às execuções. As fotografias mostram também as torres de guarda e as cercas electrificadas que rodeiam os campos.

"Temos um sistema de escravatura mesmo debaixo do nosso nariz", declara An Myeong Chul, um guarda de campo que desertou para a Coreia do Sul. "Os grupos de defesa dos direitos humanos não conseguem pará-lo. A Coreia do Sul não consegue pará-lo. Os Estados Unidos vão ter que colocar este assunto na mesa de negociações."

Mas os campos de trabalho forçado não têm sido discutidos nos encontros entre os diplomatas norte-americanos e os oficiais da Coreia do Norte. Ao fazer explosões nucleares, lançar mísseis e cultivar uma reputação de beligerância extremamente sensível, o Governo de Kim Jong Il criou um ponto de instabilidade e insegurança na península da Coreia, e efectivamente atirou o tema dos direitos humanos para baixo da mesa de negociações.

"Falar com eles acerca dos campos de trabalho forçado é algo que ainda não foi possível fazer", diz David Straub, um alto-responsável no gabinete do Departamento de Estado dedicado aos assuntos coreanos durante as administrações Bush-pai e Clinton. Não houve ainda nenhum encontro desse tipo desde que o presidente Obama chegou à Casa Branca. "Eles ficam malucos quando se fala sobre isso", conta Straub, que é agora director adjunto do Departamento de Estudos Coreanos na Universidade de Stanford.

E os campos de trabalho forçado também não são um assunto de grande relevância para o público norte-americano, apesar de imagens com explicações poderem ser facilmente encontradas no Google Earth e de eles existirem há mais de meio século, 12 vezes mais velhos do que os campos de concentração nazis e o dobro do tempo do Gulag soviético. Apesar de ser impossível obter números precisos, os governos ocidentais e os grupos de defesa dos direitos humanos estimam que centenas de milhares de pessoas tenham morrido nos campos da Coreia do Norte.

Ninguém se interessa

Oficialmente, a Coreia do Norte nega a existência dos campos de trabalho forçado, restringe os movimentos dos poucos estrangeiros com permissão de entrar no país e pune severamente os que entram ilegalmente. As jornalistas norte-americanas Laura Ling e Euna Lee foram no mês passado condenadas a 12 anos de trabalhos forçados, após terem sido consideradas culpadas, num julgamento à porta fechada, das acusações de entrada ilegal no país.

Ao gulag da Coreia do Norte também faltam as luzes das atenções de celebridades. Nenhuma personalidade internacionalmente conhecida se chegou à frente para persuadir os norte-americanos a perceberem ou investirem emocionalmente neste assunto, diz Suzanne Scholte, uma activista de Washington que traz sobreviventes dos campos norte-coreanos até aos Estados Unidos para fazerem discursos e participarem em marchas.

"Os tibetanos têm o Dalai Lama e Richard Gere, os birmaneses têm Aung San Suu Kyi, no Darfur têm a Mia Farrow e o George Clooney", explica Suzanne. "Os norte-coreanos não têm ninguém assim."

Os guardas, antes de fuzilarem os prisioneiros que tentaram fugir, transformam cada execução num momento de "educação", de acordo com as entrevistas dadas por cinco norte-coreanos que afirmam ter assistido a esses assassínios.

Os prisioneiros com mais de 16 anos devem comparecer, e são forçados a ficar muito próximos dos condenados - até cinco metros, de acordo com estes depoimentos. Um oficial da prisão normalmente faz uma prelecção, explicando como o "Querido Líder", como Kim Jong Il é conhecido, ofereceu uma "hipótese de redenção" através de trabalhos forçados.

Colocam capuzes nas cabeças dos condenados e enchem-lhes as bocas com pedras. Três guardas disparam três vezes cada, enquanto os espectadores vêem sangue a jorrar e corpos a cair, contam os entrevistados.

"É quase como se nós próprios fôssemos também executados", afirma Jung Gwang Il, de 47 anos, e acrescenta que assistiu a dois fuzilamentos quando estava internado no Campo 15. Após três anos ali, diz Jung, foi autorizado a sair em 2003. Fugiu para a China e vive agora em Seul, capital da Coreia do Sul.

Tal como vários outros ex-prisioneiros, Jung Gwang Il considera que a pior parte do cativeiro foi o interrogatório antes do internamento nas mãos da Bowibu, a Agência de Segurança Nacional. Depois de trabalhar oito anos num gabinete governamental que tratava do comércio com a China, um outro empregado acusou-o de ser um agente a soldo da Coreia do Sul.

"Queriam que eu admitisse que era um espião", conta Jung. "Partiram-me os meus dentes da frente com um taco de basebol. Fracturaram-me o crânio várias vezes. Eu não era espião, mas após nove meses de tortura admiti que era espião." Quando foi preso, continua Jung, pesava 75 quilos. Quando terminou o interrogatório, pesava 36. "Quando finalmente cheguei ao campo, na realidade até aumentei de peso", diz Jung, que trabalhou durante os verões nos campos de milho e passou os invernos nas montanhas derrubar árvores.

"A maioria das pessoas morria de má nutrição, de acidentes de trabalho ou durante os interrogatórios", relembra Jung, que se tornou advogado de direitos humanos em Seul. "São as pessoas que perseveram que conseguem sobreviver. As que passam o tempo a pensar em comida enlouquecem. Eu trabalhei muito, por isso os guardas escolheram-me para ser chefe da minha caserna. Aí já não precisava de gastar tanta energia e conseguia aguentar-me apenas com milho."

Grupos de defesa dos direitos humanos, associações de advogados e comités de reflexão com verbas sul-coreanas já conseguiram perceber detalhadamente o que se passa nestes campos, com base em entrevistas aprofundadas com os sobreviventes e antigos guardas que escapam da Coreia do Norte para a China e conseguem chegar à Coreia do Sul.

Os motivos e a credibilidade dos norte-coreanos que desertam para o Sul podem ser questionados. Estão desesperados para conseguir ganhar a vida. Muitos recusam-se a falar a não ser que lhes paguem. Psicólogos sul-coreanos que interrogam os desertores descrevem-nos como coléricos, desconfiados e confusos. Mas também, em centenas de entrevistas separadas conduzidas ao longo de duas décadas, os desertores têm contado histórias semelhantes que traçam um retrato consistente da vida, trabalho, tormentos e morte nos campos de trabalhos forçados.

O número de campos tem sido avaliado entre cinco e 14 grandes instalações, de acordo com antigos oficiais que trabalharam nos campos. O Campo 22, perto da fronteira com a China, tem 50 quilómetros de comprimento por 40 de largura, uma área superior à cidade de Los Angeles. Estão lá internados até 50 mil prisioneiros, avançou um ex-guarda.

Eliminar as sementes

Existe um vasto consenso entre os investigadores quanto à forma como os campos funcionam: a maioria dos norte-coreanos é para lá enviada sem qualquer processo judicial. Muitos presos morrem enquanto estão nos campos sem chegarem a saber quais as acusações que sobre eles pendem. A culpa por associação é legal na Coreia do Norte, e por vezes três gerações da família de um transgressor estão aprisionadas, segundo uma regra de Kim Il Sung, o ditador e fundador da Coreia do Norte: "As sementes dos inimigos de classe, quem quer que sejam, devem ser eliminadas durante três gerações."

Crimes que justificam punição em campos de prisão política incluem oposição, real ou suspeita, ao Governo. "O sistema dos campos na sua totalidade pode ser considerado como um imenso e elaborado sistema de perseguição por razões políticas", escreve o investigador da área dos direitos humanos David Hawk, que tem estudado intensivamente os campos de trabalho forçado. Os criminosos de delito comum cumprem as suas penas noutros locais.

Aos prisioneiros é negado qualquer contacto com o mundo exterior, de acordo com o relatório da Associação Judicial Coreana de 2008 acerca dos direitos humanos na Coreia do Norte. O documento também indica que o suicídio é punido com maiores penas de prisão para os familiares que sobrevivem; os guardas podem espancar, violar e matar prisioneiros com toda a impunidade; quando prisioneiras ficam grávidas sem permissão, os seus bebés são mortos. A maior parte dos campos políticos são "zonas de controlo completo", o que significa que os detidos podem lá trabalhar até morrerem.

Existe, no entanto, uma "zona de revolucionarização" no Campo 15, onde os prisioneiros podem receber doutrinação terapêutica de socialismo. Após vários anos, se tiverem conseguido memorizar os escritos de Kim Jong Il, são libertados mas continuam a ser vigiados por agentes dos serviços de segurança.

Dado que oferece um porto seguro para desertores, a Coreia do Sul recebe muitos sobreviventes dos campos de trabalho forçado. Todos eles foram interrogados pelos serviços secretos da Coreia do Sul, que provavelmente sabem mais sobre estes campos do que qualquer outra organização fora de Pyongyang, a capital da Coreia do Norte.

Mas durante quase uma década, e apesar de revelações em relatórios académicos, documentários televisivos e livros de memórias, a Coreia do Sul evitou criticar publicamente o gulag do Norte. Absteve-se nas votações das resoluções das Nações Unidas que condenavam o comportamento da Coreia do Norte quanto aos direitos humanos, e não mencionou os campos ao longo dos encontros de líderes em 2000 e 2007. No entretanto, sob a nova sunshine policy de relacionamento pacífico, a Coreia do Sul tem feito grandes investimentos financeiros no Norte, e anualmente tem também efectuado imensas doações de alimentos e fertilizantes.

O público tem-se também mantido, em geral, silencioso. "Os sul-coreanos, que publicamente apregoam as virtudes do amor fraternal, têm inexplicavelmente estado afundados num profundo pântano de indiferença", de acordo com a Associação Judicial Coreana, que afirma publicar os relatórios sobre os direitos humanos na Coreia do Norte para "quebrar o impasse".

A política governamental alterou-se desde o ano passado, pois o Presidente Lee Myung-bak parou com a ajuda sem quaisquer condições, apoiado nas resoluções das Nações Unidas que condenam o Norte e tentam colocar os direitos humanos à mesa das negociações com Pyongyang. Em resposta, a Coreia do Norte chamou a Lee "traidor", reduziu o comércio entre as duas Coreias e ameaçou com a guerra.

Como porcos

Permitiram a An Myeong Chul trabalhar como guarda e motorista em campos de prisão política, afirma ele, porque é de uma família digna de confiança. O seu pai era agente dos serviços secretos da Coreia do Norte, tal como eram os pais da maioria dos guardas seus colegas.

No seu treino para trabalhar nos campos, conta An, ordenaram-lhe, sob pena de ele próprio ficar prisioneiro, a nunca mostrar piedade. Era permitido que os guardas entediados espancassem ou matassem prisioneiros.

"Ensinavam-nos a olhar para os detidos como se fossem porcos", diz An, de 41 anos, que adianta ainda que trabalhou nos campos de trabalhos forçados durante sete anos antes de fugir para a China em 1994. Actualmente trabalha num banco em Seul.

As regras que ele fazia cumprir eram simples. "Quem não atinge a sua quota não come grande coisa", conta. "Não se pode dormir até acabar o trabalho. Quem não termina o seu trabalho é enviado para uma prisão dentro do campo. Nessa prisão, em três meses está-se morto."

An afirma que os campos de trabalho forçado têm um papel fundamental na manutenção do regime totalitário: "Todos os oficiais de alta patente abaixo de Kim Jong Il sabem que um passo em falso significa ir para os campos, juntamente com toda a sua família".

Em parte para aliviar a sua consciência, An tornou-se activista e tem falado e discursado acerca dos campos ao longo de mais de uma década. Esteve entre os primeiros a ajudar os investigadores a identificar os edifícios dos campos utilizando imagens de satélite. Mas é da opinião que nada mudará no que se passa nesses campos sem uma pressão política sustentada, especialmente por parte dos Estados Unidos.

O Governo norte-americano tem-se mostrado um defensor dos direitos humanos instável. Nos anos de Bill Clinton, os contactos diplomáticos entre Washington e Pyongyang centraram-se quase exclusivamente em evitar que o Norte desenvolvesse armas nucleares e expandisse a sua capacidade de mísseis balísticos. A Administração de George W. Bush adoptou uma abordagem radicalmente diferente: num famoso discurso, o Presidente considerou a Coreia do Norte como parte do "eixo do mal", juntamente com o Irão e o Iraque. Bush encontrou-se com sobreviventes dos campos de trabalho forçado e, durante cinco anos, os diplomatas dos Estados Unidos recusaram negociar directamente com a Coreia do Norte.

Após a Coreia do Norte ter testado um engenho nuclear em 2006, a Administração Bush decidiu conversar. No entanto, as negociações focaram-se exclusivamente no desmantelamento do avançado programa nuclear de Pyongyang.

Nos últimos meses, a Coreia do Norte renegou a sua promessa de abandonar as armas nucleares, expulsou os inspectores de armas da ONU, fez explodir um segundo engenho nuclear e criou uma grande crise de segurança no Nordeste asiático.

Travar essa crise tem monopolizado as negociações da Administração Obama com a Coreia do Norte. Os campos de trabalho forçado, de momento, não são assunto a tocar.

"Infelizmente, até termos a ameaça à segurança sob controlo não nos podemos dar ao luxo de lidar com direitos humanos", diz Peter Beck, antigo director executivo do Comité das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Coreia do Norte.

Kim Young Soon, que foi dançarina em Pyongyang, conta que na década de 70 passou oito anos no Campo 15. Sob a lei da culpa por associação, diz, o seu pai, a mãe e os quatro filhos foram também internados no mesmo campo.

Após deixarem o campo, os seus pais morreram à fome e o seu filho mais velho afogou-se. Na altura em que foi presa, o seu marido foi morto enquanto tentava fugir do país, tal como aconteceu com o seu filho mais novo depois de ter sido libertado do campo.

Apenas em 1989, mais de uma década depois de ter sido libertada, soube a razão por que tinha sido internada. Um oficial dos serviços de segurança disse-lhe então que foi punida porque tinha sido amiga da primeira mulher de Kim Jong Il e que "nunca poderia ser perdoada" se o Estado suspeitasse que ela tinha coscuvilhado sobre o "Querido Líder".

Fugiu para a China em 2000 e vive agora em Seul. Com 73 anos, declara que está furiosa por o mundo exterior não mostrar mais interesse pelos campos de trabalho forçado. "Tive uma amiga que gostou de Kim Jong Il, e por causa disso o Governo matou a minha família", diz. "Como é que alguém pode justificar ou perdoar isso?"

 

Com Stella Kim, correspondente na Coreia. Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post

 

 

ACT "atirou" documentos laborais para um armazém na Matinha

Assim esta bem!!!

Muita da informação comunicada pelas empresas sobre os seus funcionários à Autoridade para as Condições de Trabalho está guardada num armazém, de forma totalmente desorganizada e mesmo os pedidos de informação vindos dos tribunais ficam sem resposta
É um problema que se arrasta há anos. Os serviços de Lisboa da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), que abrange a Inspecção de Trabalho, não conseguem encontrar a documentação remetida pelas empresas, nomeadamente sobre horários ou quadros de pessoal. As numerosas caixas foram descarregadas num armazém na zona portuária da Matinha, em Lisboa, espalhadas sem método e mesmo os pedidos dos tribunais ficam por responder. Ao fim de uma semana, a ACT não comentou esta informação nem autorizou a visita ao armazém. http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1393594&idCanal=57

 

 

 

Árbitro foge de futebolista em fúria

O jogo decorria normalmente num estádio da província chinesa de Shangdong até que o árbitro expulsou um jogador do Tianjin, após uma falta...

http://www.publico.clix.pt/

Árbitro foge de futebolista em fúria

O jogo decorria normalmente num estádio da província chinesa de Shangdong até que o árbitro expulsou um jogador do Tianjin, após uma falta...

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Mourinho quer ser o sucessor de Ferguson no Manchester United

Desde 2007, altura em que deixou Londres, que o técnico português mostra vontade de voltar a pisar os relvados ingleses.

"Consideraria a possibilidade de ir para o Manchester United, mas o clube teria de pensar se me queria para suceder a ‘sir' Alex Ferguson. Se assim fosse, claro que iria", afirmou Mourinho à imprensa italiana.

Mourinho parece estar saudoso da "Premier League", na qual foi tão bem sucedido, enquanto treinador do Chelsea. Desde 2007, altura em que deixou Londres, que o técnico português mostra vontade de voltar a pisar os relvados ingleses, principalmente se for para treinar o United.

"Eu gosto da Inglaterra. Os adeptos são muito apaixonados e tornam o jogo num acontecimento especial, com uma atmosfera inacreditável", concluiu o 'special one'.

 

 

Governo isenta de portagens troço de auto-estrada da Mota-Engil

E o povo português a pagar de impostos!!! O Executivo determinou hoje que não sejam cobradas portagens aos utilizadores do troço de Longra-Felgueiras, explorado pela sociedade AENOR, liderada pela Mota-Engil.

 

Penhoras do fisco podem ser contestadas em tribunal

Mais uma excelente noticia para "os mesmos"! Os funcionários do fisco deixaram de ter autoridade para nomear bens à penhora, pelo que as suas decisões podem agora ser desafiadas juridicamente pelos visados, revela o "DN".

 

Qualificação fora das prioridades dos gestores

Estes são os excelsos empresários que temos! Como nos poderemos admirar com o baixo nível de literacia, de sociabilidade, etc., do país?

A produtividade (60%) e a investigação e o desenvolvimento (56%) são os aspectos que vão adquirir maior importância no futuro das empresas portuguesas. Em sentido inverso, encontra-se a qualificação do pessoal.

 

Qualificação fora das prioridades dos gestores

Estes são os excelsos empresários que temos! Como nos poderemos admirar com o baixo nível de literacia, de sociabilidade, etc., do país?

A produtividade (60%) e a investigação e o desenvolvimento (56%) são os aspectos que vão adquirir maior importância no futuro das empresas portuguesas. Em sentido inverso, encontra-se a qualificação do pessoal.

 

África do Sul e Botsuana interessados em energias renováveis portuguesas

Os governos da África do Sul e do Botsuana propuseram a Portugal o lançamento da cooperação no domínio das energias renováveis, em particular eólica e fotovoltaica, e, para conhecer a experiência portuguesa, vão enviar missões já nos próximos meses

 

PCP questiona Governo e ministro das Finanças sobre prémios a gestores

O Partido Comunista Português vai questionar o Governo e o ministro das Finanças sobre os prémios atribuídos a três gestores da Parpública, situação que o deputado Agostinho Lopes definiu à agência Lusa como «escandalosa»

 

Seis membros de organização moldava condenados entre 5 e 23 anos de prisão

 

O Tribunal de Portimão condenou hoje seis membros de uma organização criminosa moldava a penas efectivas entre cinco e 23 anos de prisão e um português de um Centro de Inspecções Automóvel a pena suspensa de três anos de prisão

 

África do Sul e Botsuana interessados em energias renováveis portuguesas

Os governos da África do Sul e do Botsuana propuseram a Portugal o lançamento da cooperação no domínio das energias renováveis, em particular eólica e fotovoltaica, e, para conhecer a experiência portuguesa, vão enviar missões já nos próximos meses

 

Seis membros de organização moldava condenados entre 5 e 23 anos de prisão

 

O Tribunal de Portimão condenou hoje seis membros de uma organização criminosa moldava a penas efectivas entre cinco e 23 anos de prisão e um português de um Centro de Inspecções Automóvel a pena suspensa de três anos de prisão

 

Mourinho 'especial' volta a Inglaterra...para participar num anúncio

O special one parece não ter sido esquecido por terras de sua majestade, e agora volta a dar a cara por mais um anúncio da cadeia Sky Sports. O português deixou boas memórias entre os adeptos ingleses. (VÍDEO)  

Ver artigo...

Luís Fazenda acusa Costa de ter cedido aos interesses privados

O candidato do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara de Lisboa, Luís Fazenda, acusou o presidente da autarquia de ter cedido aos interesses privados nos casos da Sociedade Frente Tejo e do Terminal de Contentores de Alcântara

 

Alfredo José de Sousa recusa ideia de que Provedoria estará a ser esquecida pelo Governo

Será bom que isso aconteça! O novo Provedor de Justiça, juiz-conselheiro Alfredo José de Sousa recusou hoje a ideia que a Provedoria estará um pouco esquecida por parte do Governo, mas prometeu fazer «lembrar» a instituição, se for necessário

 

Luís Fazenda acusa Costa de ter cedido aos interesses privados

O candidato do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara de Lisboa, Luís Fazenda, acusou o presidente da autarquia de ter cedido aos interesses privados nos casos da Sociedade Frente Tejo e do Terminal de Contentores de Alcântara

 

Roquette diz não ter pago qualquer comissão a Dias Loureiro

Quem fala verdade nesta estorieta? O empresário José Roquette, antigo proprietário da Plêiade, quebrou o silêncio acerca da empresa que acabou vendida à SLN, num negócio envolvendo Dias Loureiro.

 

Fundo da Segurança Social desvalorizou 39% em 2008

O fundo criado para garantir a sustentabilidade do sistema de pensões viu as suas acções perderem 39% do seu valor no ano passado, revela o "Diário de Notícias".


 

CMVM aplicou multas no valor de 5,4 milhões no trimestre

Seria interessante saber a quem, para que o mercado saiba quais as empresas que não cumprem as regras! Entre Abril e Junho, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) aplicou oito coimas, com um valor conjunto superior a cinco milhões de euros.

 

Lucro da EDP Renováveis terá subido 25% no semestre

O lucro da EDP Renováveis (EDPR) terá subido 25% no primeiro semestre de 2009, face ao mesmo período do ano passado, com o aumento da produção eólica nos EUA a contrariar a pressão sentida em Espanha.

 

Galp, Repsol e Cepsa sobem preços dos combustíveis

E a autoridade da concorrência de férias… Os preços dos combustíveis ficaram hoje mais caros nos postos da Galp e Repsol, apurou o Económico. A Cepsa sobe os preços amanhã.

 

BCP confirma vir a processar ex-administradores

O banco liderado por Carlos Santos Ferreira confirmou hoje que pediu o direito de vir a pedir indemnizações aos seus ex-gestores, caso sejam condenados em tribunal.


 

BCP confirma vir a processar ex-administradores

O banco liderado por Carlos Santos Ferreira confirmou hoje que pediu o direito de vir a pedir indemnizações aos seus ex-gestores, caso sejam condenados em tribunal.


 

Uma volta num Ferrari em troca de uma conta bancária

Um fim-de-semana em Roma e um passeio ao volante de um Ferrari pela capital italiana são alguns dos mimos da nova campanha do banco Best.


 

ONG aponta desrespeito de direitos humanos na demolição de três mil casas em Luanda

A organização não-governamental SOS Habitat-Acção Solidária apelou hoje às instituições de justiça angolanas para que sejam respeitados os direitos humanos das mais de 15 mil pessoas desalojadas pelo Governo de um bairro periférico de Luanda

 

 

DECO diz que substituição de 60 medicamentos mais vendidos por genéricos pouparia 101 milhões

Se 60 dos fármacos mais vendidos em Portugal fossem substituídos pelos respectivos genéricos, Estado e utentes poupariam cerca de 101 milhões de euros, revela um estudo da associação de defesa do consumidor DECO

 

FW: O melhor treinador do mundo

São considerados verdadeiros magos do treino e da gestão de recursos. Mas como se define o melhor treinador do mundo?

Ver artigo...

Ponte 25 de Abril com portagens gratuitas em Agosto

O rebuçado do costume, já amarelecido, derretido e mal embrulhado…

As portagens da ponte 25 de Abril, que liga Almada a Lisboa, serão gratuitas durante o mês de Agosto, como é habitual há vários anos, segundo fonte oficial do ministério das Obras Públicas.

 

Começa última audiência do julgamento de Aung San Suu Kyi

A última audiência do julgamento da líder da oposição birmanesa e prémio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, começou hoje numa prisão de Rangum, com a apresentação das alegações finais da acusação

 

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Trabalhadores espancam director até à morte na China.

Alguns empresários portugueses deviam pensar bem, quando tomam determinadas atitudes, neste exemplo chinês!
A compra da siderurgia pública chinesa Tonghua Iron and Steel foi anulada depois de o seu director-geral ter sido espancado até à morte por trabalhadores a quem acabava de anunciar despedimentos, noticiou hoje a imprensa chinesa.
Trata-se de um caso inédito na China, apesar de os conflitos sociais no país serem cada vez mais frequentes e por vezes violentos.
Os factos ocorreram sexta-feira na siderurgia Tonghua, principal produtor da província de Jinlin (nordeste), quando cerca de 3.000 operários pararam a produção e atacaram o director-geral, Chen Guojun, que acabava de os informar do despedimento de até 30.000 trabalhadores devido à compra da siderurgia pelo grupo privado Jianlong.
"Chen desiludiu e provocou os operários ao anunciar que a maior parte deles seria despedido nos três dias seguintes. A multidão enfureceu-se quando Chen disse que o número total de trabalhadores ia ser reduzido para 5.000", escreve o jornal "China Daily ".
Depois de espancarem violentamente o director-geral, os trabalhadores da Tonghua enfrentaram a polícia e impediram uma ambulância de se aproximar de Chen. Gravemente ferido, o director-geral acabou por morrer no hospital quando ao fim da tarde o conseguiram retirar da fábrica.
Um porta-voz do governo provincial de Jilin confirmou a morte do director-geral, mas recusou adiantar qualquer pormenor.
"O governo provincial decidiu suspender a fusão. A polícia está a investigar o homicídio", disse o mesmo porta-voz.
Segundo a agência Nova China, a compra da Tonghua foi suspensa "para impedir um agravamento da situação".
Esta era a segunda tentativa do grupo privado, com 17 filiais na China e sede em Pequim, de comprar a siderurgia, classificada no 244.º lugar na lista das 500 maiores empresas do país.

Rallies Around the World Show Support for Iranian Opposition

Karla Adam and Tara Bahrampour

Thousands of people poured into the streets of cities around the world Saturday in a show of solidarity with Iranians protesting the results of their country's presidential election last month.

U.S. Command Considering Private Security on Afghan Front Lines

Walter Pincus

The U.S. military command is considering contracting a private firm to manage security on the front lines of the war in Afghanistan, even as Defense Secretary Robert M. Gates says that the Pentagon intends to cut back on the use of private security contractors.

French President Falls Ill, Will Remain Hospitalized Overnight

Edward Cody

President Nicolas Sarkozy of France collapsed while jogging Sunday afternoon and was rushed to a military hospital for tests. His office described the incident as a minor fainting spell and said he never lost consciousness.

Paris 88


Eugénia de Melo e Castro é uma caso original na música portuguesa contemporânea. Viajante do Atlântico, fez carreira em Portugal e no Brasil e, por mais de uma vez, ao longo das últimas décadas, contribuiu fortemente para o reforço do mútuo conhecimento desses dois mundos tão distantemente próximos.
Cantou com os melhores do Brasil, usando sempre, sem complexos, o seu "português de Portugal".
Será impressão minha ou o mundo musical português não a aprecia como deveria apreciar? E porque será?
Como aperitivo aos seus já muitos e belos discos, deixo, nesta noite de verão, e nem de propósito, o seu Paris 88.

Jardinices

José Saramago

A anunciada proposta de lei de revisão constitucional do inefável Alberto João, como carinhosamente o tratam os seus amigos e seguidores, tendo claramente um gato dentro, não perde tempo a esconder-lhe o rabo. Louvemos-lhe a franqueza. Jardim quer ser, com direito a veto por causa das moscas, presidente da região, e é lícito pensar que já alimentava tal ideia na cabeça quando deixou antever, tempos atrás, ainda que com um cauteloso grau de nebulosidade vocabular, o seu abandono da política, dando-nos um gosto que afinal, como as rosas de Malherbes, viria a durar pouco. A inteligência de Jardim não é nada do outro mundo, mas, em compensação, a sua esperteza parece não ter limites. Como limites parece não ter a nossa ingenuidade. Imaginar aquele Berlusconi madeirense fora dos salões e dos gabinetes reservados do poder era o que se poderá chamar um não-ser absoluto, uma contradição em termos. Jardim nasceu para mandar e mandará até ao seu último suspiro. Detestando Portugal como detesta, nunca aceitaria ser presidente da República, bastar-lhe-á sê-lo de Madeira, Porto Santo e Selvagens. No fundo, o que a proposta de lei pretende é estabelecer em Portugal uma constituição configurada à sua própria medida, isto é, curta, redonda, sem bicos.

Uma das pontas incómodas que o querido "leader" madeirense desejaria capar é o negregado comunismo. Receio bem que venha a partir os dentes no intento. Os comunistas têm uma longa e dura experiência de vida na clandestinidade, ilegalizá-los equivaleria a ter de levantar todas as pedras espalhadas por esse Portugal fora para ver se haveria algum escondido debaixo delas. O mais interessante nas próximas horas será o festival de falsos patrotismos que explodirá na Assembleia Regional, com os oradores abraçados às insígnias locais e algum possível espezinhamento e queima da bandeira das quinas por causa dos dois terços de cor vermelha que congestionam ainda mais as rubicundas faces de Jardim. Também será interessante ver como Manuela Ferreira Leite, esse lince da política continental, descalçará esta bota. Recomendo aos meus quatro leitores que estejam atentos aos acontecimentos. Vão ter algo que contar aos seus netos.

Mercedes


Numa noite, nos idos de 80, o embaixador português saiu de um jantar em minha casa, no "compound" da Embaixada - onde eram os escritórios e muitos de nós então vivíamos -, e arrancou ao volante para a sua residência, no bairro de Miramar. Tentava chegar antes da meia-noite, hora do "recolher obrigatório", que quase sempre implicava a possibilidade de encontrar patrulhas armadas, de humores variáveis e imprevisíveis.
Poucos metros corridos na Rua Karl Marx (antigamente, era Vasco da Gama...), enveredou por um caminho mais curto, que passava sob um prédio ocupado por "cooperantes cubanos". Ao aproximar-se do túnel do prédio, depara com umas pessoas que rodeavam uma senhora sentada no chão, aparentemente em dificuldades, que faziam gestos para o carro parar.
Luanda era então uma cidade sob tensão de guerra, mas as condições de segurança na cidade, em especial nessa zona, eram ainda razoáveis. Além disso, o embaixador era homem confiante e muito humano, pelo que não hesitou um segundo e parou. Tratava-se de uma grávida em aflições de parto e os circunstantes pretendiam levá-la para a maternidade de Luanda, o Hospital Josina Machel (antigo Maria Pia). As portas do carro abriram-se de imediato, para deixar entrar a senhora. Mas, fosse pelo esforço, fosse pela pressão do tempo, já não deu tempo e a criança acabou por nascer dentro do carro do embaixador de Portugal.
O nome dado à criança - vá-se lá saber porquê... - foi Maria Mercedes!

Cinco filmes

José Saramago


Cinco filmes me foi pedido que recordasse. Não teria de precocupar-me se seriam ou não os melhores, os mais famosos, os mais citados. Bastaria que me tivessem impressionado de maneira particular, como nos impressiona um olhar, um gesto, uma intonação de voz. Escolhê-los não foi difícil, pelo contrário, apresentaram-se-me com toda a naturalidade, como se não tivesse andado a pensar noutra coisa. Ei-los, então, mas a ordem por que os menciono não é nem deve ser tomada como uma classificação por mérito. Em primeiro lugar (algum teria de abrir a lista), "O sal da terra" de Herbert Biberman, que vi em Paris no final dos anos 70 e que me comoveu até às lágrimas: a história da greve dos mineiros chicanos e das suas corajosas mulheres abalou-me até ao mais profundo do espírito. Cito a seguir "Blade runner" de Ridley Scott, visto também em Paris num pequeno cinema do Quartier Latin pouco tempo depois da sua estreia mundial e que, nessa altura, não parecia prometer um grande futuro. Sobre "Amarcord" de Fellini, desse, ninguém teve nunca dúvidas, estava ali uma obra-prima absoluta, para mim talvez o melhor dos filmes do mestre italiano. E agora vem "A regra do jogo" de Jean Renoir, que me deslumbrou pela montagem impecável, pela direcção de actores, pelo ritmo, pela finura, pelo "tempo", enfim. E, para terminar, um filme que me acode à memória como se viesse da primeira noite da história dos contos à lareira, "Pat & Patachon" moleiros, aqueles sublimes (não exagero) actores dinamarquese que me fizeram rir (tinha então seis ou sete anos) como nenhum outro. Nem Chaplin, nem Buster Keaton, nem Harold Lloyd, nem Laurel e Hardy. Quem não viu Pat & Patachon não pode saber o que perdeu…

Corporate (c) bullshit


"While one hears, constantly, corporate chieftains claiming that they're out there fighting for the creators, we all know that is b.s.: the creators are merely an expense item on a balance sheet, to be reduced as much as possible. We also hear politicians make similar paeans to creators, yet when was the last piece of legislation that was passed that benefited creators at the expense of corporations? When was the last time you heard a government official suggest such a thing?" —William Patry

Patten


Ao ver, há dias, a chegada maciça dos novos parlamentares europeus ao hemiciclo de Estrasburgo, veio-me à memória uma cena passada no último dia em que, em nome da presidência portuguesa da União Europeia, em Dezembro de 2000, aí estive presente.
Como era de regra, um membro do governo do país que detinha a presidência respondia, na bancada do Conselho, às perguntas dos deputados. Um dia falarei de aspectos desse ritual, que tem muito de teatral, a somar-se a algo de criativo.
Para o que aqui hoje interessa, importa recordar que, na bancada em frente, estava o Comissário Europeu encarregado das Relações Externas, Chris Patten. Patten é uma figura simpática, serena, um homem de bem que se portou com grande dignidade quando teve de gerir a difícil transição de Hong Kong, das mãos britânicas para a China. Antigo ministro da senhora Thatcher, é um europeísta convicto, embora "à inglesa". Escreveu, sobre a sua experiência europeia, um livro que recomendo, intitulado significativamente "Not Quite the Diplomat". É, além disso, um homem que olha para a vida com humor, que sabe dar uma boa gargalhada e que atribuiu aos seus cães dois nomes significativos: "Whisky" e "Soda".
A presidência portuguesa havia sempre podido contar com Chris Patten como um aliado fiel dentro da Comissão. Jaime Gama e eu próprio havíamos conseguido, não sem alguns "truques", equilibrar os papéis relativos, com inegáveis "zonas cinzentas" e potencialmente conflituais, de Patten e de Javier Solana. A contento médio dos dois, julgo eu.
Nessa tarde, a última em que eu tinha de dirigir-me ao plenário em nome da presidência, recordo o meu grande cansaço, que se terá revelado na impaciência e eventual rispidez de algumas das minhas respostas, nas mais de duas horas desse interminável e muitas vezes inglório exercício. Patten tê-lo-á notado e, num determinado momento, pelas mãos de uns dos fâmulos vestidos de pinguim, que contrastam vivamente com a modernidade do areópago, chegou-me um bilhete, que guardei: "Coragem, Francisco. Falta pouco! Daqui a semanas, andarás pela 5ª avenida a respirar o ar do Novo Mundo. Entretanto, este teu amigo terá de ficar por aqui mais uns anos. Lembra-te dele! Amigavelmente, Chris".
Patten referia-se à minha saída do governo e ida para embaixador junto das Nações Unidas, em Nova Iorque. Nenhum de nós sabia que eu acabaria por ficar por lá, como embaixador, ainda menos tempo do que o que a ele lhe restava como Comissário Europeu. Como alguém dizia, é a vida!

Um capítulo para o “Evangelho”

José Saramago

De mim se há-de dizer que depois da morte de Jesus me arrependi do que chamavam os meus infames pecados de prostituta e me converti em penitente até ao fim da vida, e isso não é verdade. Subiram-me despida aos altares, coberta unicamente pela cabeleira que me desce até aos joelhos, com os seios murchos e a boca desdentada, e se é certo que os anos acabaram por ressequir a lisa tersura da minha pele, isso só sucedeu porque neste mundo nada pode prevalecer contra o tempo, não porque eu tivesse desprezado e ofendido o mesmo corpo que Jesus desejou e possuiu. Quem aquelas falsidades vier a dizer de mim nada sabe de amor. Deixei de ser prostituta no dia em que Jesus entrou na minha casa trazendo-me a ferida do seu pé para que eu a curasse, mas dessas obras humanas a que chamam pecados de luxúria não teria eu que me arrepender se foi como prostituta que o meu amado me conheceu e, tendo provado o meu corpo e sabido de que vivia, não me virou as costas. Quando diante de todos os discípulos Jesus me beijava uma e muitas vezes, eles perguntaram-lhe porque me queria mais a mim que a eles, e Jesus respondeu: "A que se deve que eu não vos queira tanto como a ela?" Eles não souberam que dizer porque nunca seriam capazes de amar Jesus com o mesmo absoluto amor com que eu o amava. Depois de Lázaro ter morrido, o desgosto e a tristeza de Jesus foram tais que, uma noite, debaixo do lençol que tapava a nossa nudez, eu lhe disse: "Não posso alcançar-te onde estás porque te fechaste atrás de uma porta que não é para forças humanas", e ele disse, queixa e gemido de animal que se escondeu para sofrer: "Ainda que não possas entrar, não te afastes de mim, tem-me sempre estendida a tua mão mesmo quando não puderes ver-me, se não o fizeres esquecer-me-ei da vida, ou ela me esquecerá". E quando, alguns dias passados, Jesus foi reunir-se com os discípulos, eu, que caminhava a seu lado, disse-lhe: "Olharei a tua sombra se não quiseres que te olhe a ti", e ele respondeu: "Quero estar onde estiver a minha sombra se lá é que estiverem os teus olhos". Amávamo-nos e dizíamos palavras como estas, não apenas por serem belas e verdadeiras, se é possível serem uma coisa e outra ao mesmo tempo, mas porque pressentíamos que o tempo das sombras estava a chegar e era preciso que começássemos a acostumar-nos, ainda juntos, à escuridão da ausência definitiva. Vi Jesus ressuscitado e no primeiro momento julguei que aquele homem era o cuidador do jardim onde o túmulo se encontrava, mas hoje sei que não o verei nunca dos altares onde me puseram, por mais altos que eles sejam, por mais perto do céu que alcancem, por mais adornados de flores e olorosos de perfumes. A morte não foi o que nos separou, separou-nos para todo o sempre a eternidade. Naquele tempo, abraçados um ao outro, unidas pelo espírito e pela carne as nossas bocas, nem Jesus era então o que dele se proclamava, nem eu era o que de mim se escarnecia. Jesus, comigo, não foi o Filho de Deus, e eu, com ele, não fui a prostituta Maria de Magdala, fomos unicamente aquele homem e esta mulher, ambos estremecidos de amor e a quem o mundo rodeava como um abutre babado de sangue. Disseram alguns que Jesus havia expulsado sete demónios das minha entranhas, mas também isso não é verdade. O que Jesus fez, sim, foi despertar os sete anjos que dentro da minha alma dormiam à espera que ele me viesse pedir socorro: "Ajuda-me". Foram os anjos que lhe curaram o pé, eles foram os que me guiaram as mãos trementes e limparam o pus da ferida, foram os que me puseram nos lábios a pergunta sem a qual Jesus não poderia ajudar-me a mim: "Sabes quem eu sou, o que faço, de que vivo", e ele respondeu: "Sei", "Não tiveste que olhar e ficaste a saber tudo", disse eu, e ele respondeu: "Não sei nada", e eu insisti: "Que sou prostituta", "Isso sei", "Que me deito com homens por dinheiro", "Sim", "Então sabes tudo de mim" e ele, com voz tranquila, como a lisa superfície de um lago murmurando, disse: "Sei só isso". Então, eu ainda ignorava que ele fosse o filho de Deus, nem sequer imaginava que Deus quisesse ter um filho, mas, nesse instante, com a luz deslumbrante do entendimento pelo espírito, percebi que somente um verdadeiro Filho do Homem poderia ter pronunciado aquelas três palavras simples: "Sei só isso". Ficámos a olhar um para o outro, nem tínhamos dado por que os anjos se tinham retirado já, e a partir dessa hora, pela palavra e pelo silêncio, pela noite e pelo dia, pelo sol e pela lua, pela presença e pela ausência, comecei a dizer a Jesus quem eu era, e ainda me faltava muito para chegar ao fundo de mim mesma quando o mataram. Sou Maria de Magdala e amei. Não há mais nada para dizer.

Secret life of the private eye

 

"If one considers the profitable activities of companies like QinetiQ, Blackwater, Sandline International and myriad similar companies, their dominance in providing these sorts of less well advertised services in trouble hotspots all over the world and at home, one cannot but surmise that industrial and personal spying on largely innocent people has been turned into a very lucrative industry." —Helen Pender

Ártico


Dormir num saco-cama, assente numa placa de esferovite directamente pousada sobre o gelo, numa tenda militar, bem a Norte do círculo polar ártico, com uma temperatura exterior de cerca de 25º negativos, é uma experiência para a qual se exige uma certa coragem. A verdade é que a tenda tinha no centro uma espécie de aquecedor, com uma chaminé que saía pelo tecto. E no seu interior, valha a verdade, a temperatura estava bem acima dos números de fora. Mesmo assim...
Estávamos num campo de treino da NATO, organizado pelas tropas norueguesas, em 1980. O dia fora longo e eu partilhava o espaço com dois colegas, um belga e um turco. Chegados à nossa tenda, enfiei-me logo no meu saco-cama, saquei de uma lanterna de bolso, que prudentemente levara comigo, e pus-me a ler o "Herald Tribune" do dia. Acompanhava-me uma pequena garrafa metálica com um belo whisky de malte, em cuja tampa, com esmero, coloquei algum gelo que raspei do chão. As recomendações NATO tinham sido estritas - nada de alcool! -, mas achei que uma pequena excepção podia ser admissível para o civil inverterado que eu era. E nem a proximidade do Pólo Norte tinha o condão de me afastar de alguns comezinhos prazeres mais cosmopolitas...
Notei que o meu amigo belga adormeceu logo e estranhei ver o turco a tentar fazê-lo fora do saco-cama. Disse-me que estava com calor e que ficaria bem assim...
Acabadas a minha dose de whisky e a leitura, adormeci também. Acordei, creio que cerca de uma hora depois, alertado pelo belga. O nosso colega turco, imprudente, ao ter-se deixado dormir fora do saco-cama, estava agora enregelado, sentia-se mal e não conseguia aquecer, nem sequer aproximando-se do aquecedor.
Que se podia fazer? Sair da tenda, à procura de ajuda, na gélida e ventosa noite ártica, era quase suicida. Adiantei uma ideia: porque não bebia o nosso amigo turco um bom trago do meu whisky? Seguramente que isso poderia ter um efeito-choque, ajudando à sua recuperação. O belga concordou que era uma boa sugestão. E é aí que o turco nos surpreende: "não posso beber álcool. Sou muçulmano". E continuava a tremer de frio.
Com diplomacia e poder argumentatório - estávamos entre diplomatas - tentámos convencê-lo de que os ditames religiosos, com toda a certeza, eram passíveis de pontual derrogação quando estava em causa a salvação da vida. O whisky podia assim ser considerado, no caso vertente, como um mero medicamento - "embora bem mais saboroso do que é habitual", lembro-me de ter pensado. O turco, já um pouco em pânico, acabou por concordar em seguir a opção que lhe era oferecida: bebeu uma boa dose do meu velho malte e até repetiu... E lá aqueceu, como previsto, conseguindo dormir.
Pergunto-me, até hoje, se a minha leitura das regras religiosas muçulmanas esteve ou não correcta. E será que me posso considerar culpado se acaso o meu amigo turco, por via da minha sugestão, mudou de hábitos de vida?

"Literatura"


 
A vida editorial francesa, para além de coisas sérias e profundas que estão na génese de uma sociedade onde o valor das coisas intelectuais é muito respeitado, tem um "outro lado", com sucesso garantido. São livros fáceis, de um género perecível, ao final de algumas semanas.de exposição. Mas é um mercado muito rentável, a julgar pelos "tops" de vendas.
Este tipo de volumes, assentes nos "affaires", é, em si mesmo, muito francês. Nos últimos anos, contudo, parece haver uma crescente tendência para se ir para além da fronteira do mero "voyeurisme" político, passando para um terreno que mistura cada vez mais a alcova com a intriga. Dir-me-ão que isso sempre existiu; é verdade, mas agora há, claramente, mais.
Curiosamente, a imprensa francesa, sempre muito atenta à "petite histoire", pareceu, durante algum tempo, relativamente imune às histórias sentimentais clandestinas, contrariando a prática da sua congénere anglo-saxónica. Agora, começa também a mudar.
Em Portugal, este género de literatura tem escassos seguidores, se excluirmos algumas "obras" de escândalo que, depois de algumas semanas de evidência, saem para lugares discretos das mesas das livrarias. Geram dinheiro, rendem fotografias, queimam reputações e enchem os egos de alguns protagonistas. Mas, felizmente, não parece fazerem escola. E ainda bem.

Traições

Tempos houve em que os intelectuais eram verdadeiros contra-poderes. Hoje, e depois da ‘traição’ de que falava Julien Benda, os intelectuais servem apenas para enfeitar os poderes. Basta olhar para o caso Miguel Vale de Almeida. Nos últimos anos, Vale de Almeida foi um crítico feroz do PS e da mediocridade dos seus deputados.

Agora, Vale de Almeida é candidato a deputado pelo partido que publicamente execrava. Como explicar a metamorfose? Alguns líricos garantem que o PS é tão pluralista que até convida quem violentamente o critica. Outros, mais cínicos, afirmam que é sempre bom ter um conhecido activista gay para contentar a esquerda e as minorias que tradicionalmente votam Bloco. Pessoalmente, é-me indiferente: na sua edificante amnésia, Vale de Almeida é sobretudo o exemplo do intelectual doméstico que o poder usa e abusa como adorno.

J.Pereira Coutinho

 

 

 

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O cartaz do PSD visto por Jornal Espanhol]

Dizem que os espanhóis não percebem o português ... mas uma imagem diz tudo sobre o estado de alma deste belo País.



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«Mención especial merecen los carteles de Ferreira Leite que jalonan las carreteras portuguesas. "Não desista. Todos somos precisos", reza. Pero la desolada foto en blanco y negro de la candidata, sin maquillar, podría hacer pensar a los turistas que visitan el Algarve que se trata del mensaje de una asociación de apoyo a la tercera edad o de prevención del suicidio

Jordi Joan, La Vanguardia



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domingo, 26 de julho de 2009

ERRO ESTRATÉGICO DO GOVERNO NA ALTA VELOCIDADE FERROVIÁRIA

O Governo está a cometer um erro estratégico ao propor uma rede que não vai permitir transportar directamente os contentores do nosso território e portos para à U.
Recentemente foram feitas declarações por um Administrador da RAVE, empresa que estuda a nova rede ferroviária, Carlos Fernandes, e pela Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, que demonstram incongruência nos conceitos para definir a nova rede de bitola (distância entre carris) europeia. Esta rede deveria ser constituída, na sua totalidade, por um conjunto de vias mistas, para mercadorias e passageiros, em bitola europeia, para tornar possível o transporte directo dos contentores para a União Europeia (UE), o que a actual rede não permite, através de Vilar Formoso, caso contrário, seriam necessárias duas redes distintas. Infelizmente, como será demostrado neste artigo, o Governo insiste no transporte de mercadorias, em bitola ibérica.
No dia três de Maio de 2009 e na semana seguinte, foi exibido, na RTPN, uma reportagem, no programa “RADAR DE NEGÓCIOS” sobre a nova rede ferroviária de bitola europeia. Nesse programa, foi colocada a seguinte pergunta ao Administrador Carlos Fernandes da RAVE: Quando poderá a “Auto-Europa” exportar e importar as mercadorias directamente para a Europa, através da nova linha de bitola europeia? A resposta foi a seguinte: “É uma boa questão. Há, de facto, algumas questões que estamos a esclarecer ainda com a Espanha, quanto à travessia de Madrid e, portanto, como sabemos, de Barcelona para França as coisas estão completamente resolvidas. Estamos a trabalhar com a Comissão Europeia, estamos a trabalhar com Espanha, e esperamos que, em 2013, estaremos ligados a Madrid pela linha Lisboa-Madrid e esperamos que, em 2013, haja uma ligação com soluções de atravessamento da zona de Madrid, principalmente das mercadorias, que é isso que estamos a falar para passar para o outro lado, para a ligação à Europa. Temos estudos, também, já relativamente avançados pela ligação Aveiro-Salamanca para também ser uma das portas de saída e entrada para a Europa. Relativamente a calendários, não gostaria de estar a precisar, porque tem a ver com conversações com Espanha e com a Comissão Europeia.”
Através destas declarações ficam definidas duas importantes ideias:
• Sem ter a certeza absoluta, em 2013, a RAVE espera que exista uma ligação de Madrid para a Europa, em bitola europeia, que vai permitir o transporte directo de contentores
• Também é dito, sem adiantar datas, que Aveiro-Salamanca é uma linha mista de mercadorias e passageiros e que será uma das portas de entrada e saída para a Europa, em bitola europeia.
A secretária de Estado Ana Paula Vitorino, no mesmo programa, afirmou que nas linhas de bitola ibérica serão transportadas as cargas pesadas e de baixo valor acrescentado. Noutra ocasiões tem afirmado que na linha de Alta Velocidade serão transportadas cargas de alto valor acrescentado.
VOLTE FACE DA RAVE
Passado um mês e meio, no dia 20 de Junho de 2009, no programa “Expresso da meia noite”, na SIC Notícias, o mesmo Administrador da RAVE, sobre a nova linha Lisboa-Madrid e sobre o transporte das mercadorias para a UE, fez as seguintes afirmações: “a linha Lisboa-Madrid é mista e porque é mista? é mista porque não existe nenhuma alternativa naquele corredor para fazer o trajecto para Madrid. A linha vai chegar, numa 1ª fase, a Madrid e permite abastecer o ‘hinterland’, que são 5 milhões de habitantes. E a questão que se coloca é: porque é que se vai construir uma 3ª linha em bitola ibérica, ao lado de uma via mista de bitola europeia? nós estamos a fazer uma 3ª linha em bitola ibérica porquê? passarão décadas até que a Espanha efectivamente mude (de bitola), se é que alguma vez a Espanha migre a sua bitola”
Mais adiante fez outras afirmações importantes: “o problema da bitola resolve-se de outra maneira. há inúmeros comboios que vão de Espanha para França, que chegam à fronteira espanhola e, numa hora, os contentores são passados de um comboio para outro. os comboios perdem tanto tempo pelo caminho que esse não é o problema (perder uma hora na mudança).”
Estas afirmações confirmam as seguintes ideias
• A RAVE julga que a Espanha manterá a bitola ibérica durante décadas. Foi dito até “se é que alguma vez o país vizinho migre a sua bitola”;
• O transporte de contentores para a Europa resolve-se através do seu transbordo na fronteira francesa, perdendo 1 hora em cada transbordo. O transporte de mercadorias só será efectuado por bitola ibérica.
O transbordo de contentores é uma operação que faz disparar os custos e onde se perde uma hora, por comboio, o que tornaria inviável para um elevado número de comboios que pretendam atravessar a fronteira francesa. Evidentemente que esta opção não resolve o grave problema da diferença da distância entre carris. Aliás, a situação existente é a prova de que o actual sistema não funciona porque o transporte ferroviário de mercadorias entre a Península Ibérica e França é muito baixo, quando comparado com a rodovia. Por esta razão, Portugal precisa de uma nova rede de bitola europeia que permita o transporte das mercadorias desde Vilar Formoso até França.
A Espanha já está a construir, em bitola europeia, linhas mistas para mercadorias e passageiros na fronteira francesa, em Vitória-Irun-França e Barcelona-Figueras-França. Quando estas vias, ainda em construção, estiverem concluídas, será mudada a bitola de outras vias em território espanhol, de modo a permitir a livre circulação de comboios para a UE.
As declarações nos dois programas são contraditórias. Este volte-face até surpreende porque as respostas são antagónicas. Só o próprio poderá explicar verdadeiramente a situação mas é um facto que, após várias críticas pelas opções adoptadas pela RAVE, houve uma mudança de argumentos.
Mais preocupante é não existir certeza absoluta quanto à mudança de bitola, nem às respectivas datas, em Espanha, pela simples razão de que Portugal não pode projectar uma nova rede sem ter esta informação que é determinante. Se não sabe, já deveria ter tratado deste assunto, pois este Administrador da RAVE afirma que está sempre em contacto com responsáveis espanhóis. Não se pode, nem deve, projectar uma nova rede baseado numa presunção.
ERROS DO GOVERNO
No site da RAVE, empresa que efectua os estudos da nova rede ferroviária em Portugal, é possível observar vários erros de conceito muito graves.
1. Não há ligação, através de linhas de bitola europeia, aos portos de Sines e Setúbal
2. Não se justifica uma linha convencional de mercadorias para cargas de 25 Ton/eixo, ao lado de uma linha mista (passageiros e mercadorias), também para 25 Ton/eixo. Este erro vai aumentar os custos em 30%!
3. Nova linha Lisboa-Porto só para passageiros
No primeiro erro, a linha de bitola europeia projectada pela RAVE, de Lisboa ao Porto, só foi pensada para passageiros, já que as pendentes definidas não são inferiores a 18 metros por mil, como é necessário nas linhas mistas, para mercadorias e passageiros. Tal opção não vai permitir o transporte de contentores, em bitola europeia, dos portos de Setúbal e Sines para a Galiza e vice-versa ou para a UE através de Vilar-Formoso-Salamanca-França. O porto de Leixões terá exactamente o mesmo problema.
No segundo erro, como os portos de Setúbal e Sines não estão ligados à nova rede de bitola europeia, esta situação vai obrigar à rotura de carga (mudança de transporte) dos contentores da rede de bitola ibérica para a europeia. Este grave problema vai aumentar os custos e a perda de tempo, pois não será possível efectuar a livre circulação dos comboios de mercadorias para a UE. Para evitar este problema, basta só prolongar a linha mista desde Badajoz até ao Pinhal Novo, que é um ponto de intercepção de várias vias e, deste ponto, através de vias convencionais de bitola europeia, ligar ao porto de Setúbal e, no Poceirão ou Vendas Novas, conectar ao porto de Sines. Este troço poderia ser comum à futura linha para o Algarve. Convém recordar que a Espanha vai mudar a bitola de toda a sua rede em 2020. Se o país vizinho utilizasse as teorias da RAVE, então bastar-lhe-ia efectuar roturas de carga junto à fronteira francesa, em vez de mudar a bitola em todo o país.
Relativamente ao terceiro erro, não faz sentido construir uma linha de mercadorias ao lado de uma linha mista, quando a bitola ibérica vai desaparecer. Se as afirmações prestadas no programa Radar Negócios, pelo Administrador da RAVE, forem concretizadas, então, confirmam os três erros da rede proposta pela RAVE.
As segundas declarações, na Sic Notícias, onde foi dito até “se é que alguma vez o país vizinho migre a sua bitola”, provavelmente, foram uma tentativa de justificar os três erros acima explicados. Contudo, a nova argumentação cai por terra, pela simples razão de que a RAVE está a projectar, para estar pronta em 2015, a linha mista Aveiro-Salamanca, em bitola europeia, e que segundo o próprio responsável da empresa, será uma das principais portas de entrada e saída das mercadorias para a UE. Se a Espanha não alterar a sua bitola, então os contentores só poderão circular sem transbordo desde Aveiro até Salamanca, porque a nova linha Lisboa-Porto é só para passageiros.
Estas contradições confirmam os três erros referidos na estratégia do Governo. Tudo estaria correcto se a futura rede portuguesa for constituída, na sua totalidade, por um conjunto de vias mistas, para mercadorias e passageiros, em bitola europeia.

Rui Rodrigues
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