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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Vila Real

Francisco Seixas da Costa

 

Nasci em Vila Real. Em 1996, na qualidade de independente, aceitei o convite para chefiar a lista do Partido Socialista à Assembleia Municipal de Vila Real. Fui então derrotado por Passos Coelho. Não, não era esse! Era o pai, que titulava a lista social-democrata, uma pessoa muito estimável por quem mantenho um grande respeito.

 

Essa não foi a primeira vez que me interessei pela política local. Em 1969, no tempo em que andava na universidade, colaborei com gosto na Comissão Democrática Eleitoral (CDE) de Vila Real que, contra ventos e marés, sob a orientação dessa grande figura da democracia que se chamou Otílio de Figueiredo, levou a cabo uma difícil aventura cívica de combate à ditadura, que guardo nas minhas melhores memórias. (Ainda ontem encontrei o meu velho amigo António Leite, que me apalavrou para a primeira reunião clandestina, na sala onde a sua avó Dona Dirceia dava explicações, cuja chave surrupiou para o efeito).

 

Desde a instauração da democracia, e passadas as "comissões administrativas", o PPD (e depois o PSD) dominou sempre o município vilarealense, primeiro com Armando Moreira, mais recentemente com Manuel Martins. O PSD perdeu ontem essa liderança, com erros partidários locais a serem potenciados por uma das mais profundas derrotas autárquicas da sua história, à escala nacional.

 

O PS, que nunca conquistara a Câmara, apesar de vários combates corajosos no passado, conseguiu-o agora pela mão de Rui Santos, um candidato jovem que tem uma excelente oportunidade para titular um novo tempo para a cidade. Não será uma tarefa fácil, num concelho complexo, desigual e sem uma estratégia de desenvolvimento regional minimamente consensualizada. Por muitas razões, mas essencialmente para bem de Vila Real, só lhe posso desejar que venha a ter o maior sucesso.

Em tempo: à hora que este post é publicado, ainda há dezenas de autarquias por apurar. Não seria possível fazer melhor? 


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