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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Nós e a França

 

Francisco Seixas da Costa

Ontem à noite, na embaixada de França em Lisboa, na despedida do embaixador Pascal Teixeira da Silva e da sua mulher, no termo de três anos da sua bem sucedida missão em Portugal, lembrei-me, de súbito, do meu pai.

 

O embaixador Teixeira da Silva, na sua orgulhosa ascendência portuguesa, representa bem o êxito da integração da diáspora nacional em França. Tal como o meu amigo Ruben Alves, que também encontrei por lá e a quem ficamos a dever esse magnífico filme testemunho que dá pelo nome de "Gaiola Dourada". Ambos, e muitos e muitos mais, contribuem hoje para o laço que eternamente nos une à França.

 

Por que razão me lembrei do meu pai, para além das óbvias razões pessoais que me levam a nunca o esquecer? Não que ele alguma vez tenha entrado no belo palácio de Santos, mas porque, à sua modesta medida, fez o que pôde para promover entre nós a língua francesa. Durante mais de vinte anos, a filhos de familiares e amigos, sem nunca cobrar um cêntimo, o meu pai deu aulas de francês, apenas e só porque era um devoto da língua de Voltaire e entendia, tal como eu acho e Thomas Jefferson disse um dia: "Tout homme a deux patries: la sienne et la France".


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