O velho padre, durante anos, tinha trabalhado fielmente com o povo africano, mas voltou a Lisboa, doente e moribundo. No Hospital de Santa
Maria, é a notícia da hora.
Já nos últimos suspiros, ele faz um sinal à enfermeira, que se aproxima.
- Sim, Padre? diz a enfermeira.
- Eu queria ver dois proeminentes políticos antes de morrer: Cavaco Silva e Passos Coelho, sussurrou o padre.
- Sim, Padre, verei o que posso fazer, respondeu a enfermeira.
Ela entra em contacto com a Assembleia da República e logo recebe a notícia: ambos também gostariam muito de visitar o padre moribundo.
A caminho do hospital, Cavaco diz a Passos Coelho:
- Eu não sei porque é que o velho padre nos quer ver, mas certamente que isso vai ajudar a melhorar a nossa imagem perante a Igreja e o povo, o que
é sempre bom.
Passos Coelho concordou, naturalmente.
Era uma grande oportunidade para eles, em queda no nível de popularidade, pelo que até foi enviado um comunicado oficial à imprensa sobre a visita.
Quando chegaram ao quarto, com toda a imprensa presente, o velho padre pegou na mão de Cavaco Silva, com sua mão direita e na mão de Passos
Coelho, com sua esquerda.
Houve um grande silêncio e notou-se um ar de pureza e serenidade no semblante do padre.
Passos Coelho, morto de curiosidade, pergunta:
Padre, porque é que fomos nós os escolhidos, entre tantas pessoas, para estar ao seu lado, no seu fim?
O Padre, lentamente, disse:
- Sempre, em toda a minha vida, procurei ter como modelo o Nosso Senhor Jesus Cristo.
- Amém, diz Aníbal.
- Amém, diz Passos.
E o Padre concluiu:
*- Então... como Ele morreu entre dois ladrões, eu quero fazer o mesmo!!!*
Outras páginas.
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