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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Profissionalismo real

Francisco Seixas da Costa

A operação mediática em torno do nascimento de um novo príncipe britânico, a exemplo do que ocorreu com o casamento de seus pais ou com o "jubileu" da raínha, está a ser feita com um imenso mas já tradicional profissionalismo. Se o interesse dentro do país é natural, acompanhado do "merchandising" de regra, já a exportação intensa, um pouco por todo o mundo, deste "glamour" acaba por ser muito curiosa, pelo facto de conseguir mobilizar, durante semanas, jornais, revistas e televisões de culturas muito diversas e nada similares à britânica.

 

O que será que torna a coroa britânica mais apelativa, face aos seus congéneres? Seria muito interessante fazer uma análise deste fenómeno, que leva a que a coroa londrina suplante, a grande distância, qualquer dos seus pares europeus. Ainda há dias, verificámos que a transmissão de poder real na Bélgica, tal como há semanas ocorrera no caso holandês, quase que passou despercebida, tal como o nascimento de um príncipe sueco ou luxemburguês apenas suscita algumas modestas linhas. Dir-se-ia que só as coroas monegasca e espanhola conseguem concitar algum interesse similar, mas sempre a uma imensa distância do caso britânico.

 

É claro que, nas últimas décadas, quase todas as coroas tiveram de viver, lado a lado com estes fatores simbólicos de sedução, com a revelação de crises familiares que as ensombraram, que vieram a provar (o que já ocorria, mas era um pouco disfarçado) que, afinal, a vida das realezas sofre dos mesmas problemas da do comum dos mortais - com os seus dissídios, traições, divórcios, corrupções e coisas análogas. Essa circunstância, se bem que algo debilitante do caráter "mágico" das coroas, pode contudo ter servido como um fator de aproximação à vida vulgar de cada um de nós. No caso britânico, o fenómeno Diana trouxe mesmo uma figura com um final trágico a esta saga familiar.

 

Dito isto, só cabe desejar longa vida ao novo príncipe e, provavelmente, futuro chefe do Reino Unido da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, bem como chefe da Comunidade britânica. 


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