Francisco Seixas da Costa
Era já tarde. O meu encontro com o ministro Vitor Gaspar estava aprazado para minutos depois. Na rádio, eu ouvira que o governante tinha terminado, há pouco, um debate importante no parlamento. Mas uma certeza eu tinha: o ministro não chegaria atrasado à conversa que tinha combinado com o embaixador em França que eu era, nesse ano de 2012. Vitor Gaspar não chega atrasado aos encontros. Entrei com o meu carro no pátio interior do Ministério. Um GNR levou-me por um corredor até à base de uma grande escadaria. Na base da escada estava uma secretária, com uma senhora sentada. No topo da mesa, uma criança, seguramente filha da senhora, fazia os seus "deveres". Expliquei ao que vinha. Eram 19.25. Ela tinha anotado que o senhor ministro me receberia às 19.30. Gentilmente, disse-me que me acompanharia, escada acima, para me encaminhar ao gabinete, onde uma adjunta me aguardava. Foi então que, voltando-se para a criança, que teria aí uns 11 ou 12 anos, lhe disse: - Olha! Tu ficas aqui, a guardar isto, enquanto eu vou lá em cima levar este senhor, está bem? A criança disse que sim com a cabeça. As Finanças ficavam em boas mãos. |
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