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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Desemprego jovem: “Ainda mal começou”

Dezoito chefes de Estado e de governo, 28 ministros do Trabalho, os presidentes da Comissão e do Conselho Europeu: ao reunir todos estes dirigentes em Berlim para uma conferência sobre o emprego dos jovens europeus, realizada no dia 3 de julho, a chanceler alemã quis "mostrar claramente que os alemães não ficam indiferentes à catástrofe social que ocorre nos países em crise", adianta Die Welt. Mas o diário alerta que

é impossível obter resultados rápidos contra o desemprego em massa. […] Não se pode decretar novos empregos, estes resultam da economia, quando as condições gerais favorecem o crescimento. Cada país deve portanto encontrar a sua própria via para sair da crise. […] Mas o fator decisivo é suprimir as estruturas que travam a economia.

Em Espanha, o jornal La Vanguardia regozija-se com o "grande impulso" dado ao emprego juvenil. O diário de Barcelona recorda que passámos

de oito mil milhões de euros decididos em Bruxelas no dia 28 de junho para 24 mil milhões, que, segundo a Alemanha, poderão ser mobilizados nas próximas duas semanas. Também foram criadas várias iniciativas para enfrentar o desemprego dos jovens, que se tornou a principal prioridade na Europa. Depois da cimeira de ontem, prevê-se outra em Paris para o mês de agosto, e no outono Berlim apresentará medidas mais concretas sobre o assunto. Nas próximas cimeiras, a tónica poderá ser colocada nos recursos financeiros que deverão ser destinados a outros temas, nomeadamente a mobilidade no âmbito de um mercado de trabalho europeu e a "troca de boas práticas", que deverá permitir aos países em dificuldade inspirar-se nos Estados Unidos com mercados de trabalho mais eficientes. Isto ainda mal começou.

Para o colunista Ricardo Francisco do Diário Económico, estes incentivos para lutar contra o desemprego juvenil não passam de um "espetáculo":

As magnânimas instituições europeias avançam com um orçamento adicional para combater o desemprego jovem. (...) Porque é que é que jovens, especialmente em países do Sul da Europa têm tanta dificuldade em encontrar o primeiro emprego? Será por falta destas medidas? Não. Os jovens encontram um sistema laboral feito para proteger quem já está instalado. Quem sofre são os que são excluídos do sistema, os desempregados e quem ainda não entrou, os jovens. (...) Os países do Sul da Europa, Portugal em particular, em vez de flexibilizarem os mercados de trabalho, pedem subsídios. (...) Quando se acabar a festa deste pacote de "medidas" bem acolhidas por governos, juventudes partidárias e associações empresariais, ficará a conta, e contas feitas nada terá sido resolvido. Por mais aplausos que entretanto o espetáculo receba.


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