Outras páginas.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Dilma recebe no Palácio do Planalto carta protocolada denunciando maracutaias na Petrobrás


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Leia também o site Fique Alerta – www.fiquealerta.net
Por Jorge Serrão – 
serrao@alertatotal.net

Não bastasse o risco concreto de uma investigação sobre uma forte evidência de crime de informação privilegiada no mercado de DI Futuro – no qual investidores aplicam na taxa média das operações interbancárias de empréstimo por um dia, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, volta a sofrer pressão de investidores da Petrobrás – onde ele acumula o poderoso cargo de presidente do Conselho de Administração.

Exatamente às 14 horas de ontem, 17 de abril, foi protocolada, no Palácio do Planalto, uma carta endereçada à Presidenta Dilma Rousseff. O curto documento é um recado de investidores insatisfeitos com os desmandos, incompetências e indícios de corrupção na estatal de economia mista. A mensagem, curta e grossa, deixa Dilma diante de um dilema shakespeariano: responder, ou não responder, eis a questão. Não responder será vergonhoso, sobretudo para quem alardeia que é uma pessoa transparente, e que seu governo apura todas as denúncias de corrupção suficientemente embasadas.

Responder poderá ser um desastre. Como explicar, por exemplo, os termos do Acordo de Quotistas assinado durante o período em que Ela acumulava as funções de ministra de Minas e Energia e presidenta do Conselho de Administração da Petrobras?  Tal Acordo, além de entregar o cartório da produção e comercialização de Gás Natural Liquefeito a uma empresa privada, deixou, de maneira criminosa, brechas para que essa empresa parceira, eternamente, superfature contra a Petrobras. Investidores suspeitam que o caso da Gemini pode se repetir em outros contratos de parceria da Petrobrás.

A pressão interna e externa sobre Dilma, para tirar Mantega o mais depressa possível das funções que ocupa, é tão ou mais consistente que o aumento especulativo da inflação brasileira – fruto da ganância, combinada com a falta de infraestrutura, a fatal carga tributária injusta e elevada, junto com a suicida política de juros altos em um governo altamente corrupto e ineficiente e que não tem coragem ou competência para cortar gastos inúteis ou improdutivos.

Os problemas tendem a se agravar. Até porque Dilma não vai tirar Mantega de nenhum cargo – embora o ministro já tenha até manifestado a vontade de “sair” para ficar – em um esquema parecido com o de Antônio Palocci Filho – que toca os negócios governamentais nos bastidores, sem ter cargo público. O chefão Luiz Inácio Lula da Silva, presidente parelelo da República Sindicalista do Brasil, também não permite que Mantega saia. Afinal, o ministro é homem de sua inteira confiança.

No caso da Petrobrás, tem outro detalhe fundamental. Mantega é quem dá absoluto respaldo ao “poder paralelo” na companhia presidida por Maria das Graças Foster. As grandes decisões da empresa são tomadas por Mantega e Almir Guilherme Barbassa – diretor financeiro desde a gestão de Sérgio Gabrielli e presidente da PFICo (Petrobras International Finance Co) – braço financeiro da estatal de economia mista, onde a União, acionista majoritária, dita as regras do capimunismo. Dilma e Graça são reféns do poder de Mantega e Barbassa.

O texto “Dilma e as maracutaias na Petrobras” é mais uma fonte de desgaste para o governo no mercado financeiro, no momento em que a estratégia de comunicação do Palácio do Planalto e da Petrobrás praticam o ilusionismo de botar jornais amigos para veicularem que “investidores estão mais animados com a Petrobrás”. Não estão! Inclusive por que ontem, em função da subidinha da taxa selic pelo Banco Central, circulou uma recomendação para que sejam evitados investimentos de longo prazo no Brasil.

Sem comentários:

Enviar um comentário