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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

EU, SOU POLÍCIA, ORGULHOSAMENTE!

Nota:

Parabéns ao polícia que escreveu este artigo;

Repasso-o porque, além do seu inquestionável valor, ele reflete o mundo de imbecilidade que campeia no nosso país e o sistema onde prolifera a desonestidade, a incompetência e o oportunismo! A situação que propícia uma injustiça cada vez mais alargada, tornando os ricos mais ricos, os remediados pobres e os pobres em forçados gatunos! O sistema que premeia quem nunca fez sacrifícios e que, inexoravelmente, enterra quem trabalhou honestamente esperando, com toda a legitimidade, uma velhice que não seja roubada e vilipendiada!
Quem viveu, e se endividou, quem viveu acima das suas posses, irresponsavelmente, que pague a factura, não os velhos que já pagaram muito mais do que deviam! 

EU, SOU POLÍCIA, ORGULHOSAMENTE!

No passado dia 11 de Fevereiro, decorreu um pouco por todo o país, uma marcha/concentração de cidadãos devidamente enquadrados por uma frente sindical, que a plenos pulmões gritavam contra o fantasma do endividamento, a famosa crise e suas maleitas.
A mim, foi-me confiada a missão de zelar por estas mesmas pessoas e ao mesmo tempo fazer por que tudo corresse dentro daquilo que tantas vezes se ouve falar, a liberdade democrática.
Acompanhando a malta Tuga, lá fomos indo desaguar na Praça do Povo, outrora conhecida por Praça do Comércio, que cantava, berrava e cuspia umas asneiradas, enquanto pelo canto do olho, alguns davam uma mirada, a uma ou outra menina, enquanto emborcavam uma imperial à pressa, porque não podiam largar o cartaz por muito tempo.
Tudo dentro daquilo considerado normal.
Discursos, apupos, vaias e aplausos, termina a parte oficial.
Eis senão quando, foi-me dada a ordem de recolher o pessoal, visto que o evento estaria na sua fase de rescaldo. Assim, juntei a malta e devidamente
formados, deslocámo-nos para a nossa viatura para que pudéssemos trincar uma bucha.

Neste reagrupamento, há um gajo que, encoberto pela multidão, grita:
Vão trabalhar seus chulos! Parasitas! Filhos da puta! Fascistas! Cabrões!
Ignorei e dei ordem para ignorar, fomos à bucha. Devia haver qualquer

problema, com a minha sande, porque caiu-me mal!

Eu sei que agora é tarde, mas mesmo assim a esse covarde e outros que para aí andam, tenho duas ou três coisas para dizer:
Vão mas é trabalhar!

Aqueles a que chamam chulos, ganham 780€ por mês, trabalham 45 horas por semana e que se somarmos os gratificados passam para 60, pois, 60 horas semanais. Os parasitas, trabalham os feriados todos, sim, todos sem direito a compensação, as noites e os fins de semana sem direito a quaisquer
subsídios ou pagamento de horas nocturnas, faça chuva ou faça Sol, frio ou calor...

Os Filhos da puta, depois de saírem de serviço, vão para tribunal com o bêbado que podia muito bem atropelar a tua família toda quando saíste para ir jantar e celebrar uma merda qualquer que te tenha acontecido.

Ficam na esquadra a acabar o expediente que segue de manhã para o Tribunal, com o bando que assaltou à mão armada, ou com o que roubou, matou, assaltou a farmácia, a ourivesaria, o carro, o puto que vinha da escola, a velha no autocarro, o 'camone' no eléctrico e por aí fora, que, por mim, bem podias ser tu, a tua mãe, o teu filho ou o teu irmão, que seriam todos tratados de igual forma.
Os fascistas, chamam o reboque quando não consegues sair com o carro, quando um como tu, abusa da sua liberdade e deixa o carro mesmo na saída da garagem. Entendes este conceito de liberdade?

Penso que sim.
Os chulos abrigam e protegem a mulher, as crianças que levam porrada de um esterco qualquer, só porque lhe apetece e leva-o a tribunal,  muitas
vezes, na hora de folga.

Os parasitas, entram em casas em chamas, enfrentam armas de fogo, embrulham-se á facada, perseguem a grandes velocidades, lidam com todo
o tipo de doenças, inúmeras vezes contagiosas e correm de frente para o perigo, quando todos os outros fogem dali para fora.
Os chulos saíram do seu seio familiar e social e deslocaram-se, alguns para mais de 400km de casa, deixando tudo para trás, para fazer vida de
forma honrada sem pedir nada a ninguém. Sem pedir nada a ninguém, sabes o que isso é?
Os parasitas, vivem num estatuto aprovado há mais de dois anos e regem-se pelo estatuto antigo, não conseguem passar um fim-de-semana inteiro com a família, esperam 12 anos por uma promoção (única na carreira de 36 anos) e se quiserem algo mais, concorrem 1300 para 50 vagas.
Aqueles que insultaste, têm família, trabalham duro, são esforçados e honrados e são só os montes de merda como tu que colocam isso em causa!
Não! Definitivamente não! Estes mesmos Homens e Mulheres apoiam os idosos que alguém como tu abandonou ao consumo do esquecimento, levam-lhes as compras, mudam-lhes a garrafa do gás e dão-lhes a medicação, apenas em troca de um olhar grato, que justifica tudo.

Tu apareces quando tudo acaba, para vir buscar o ouro e ficar com as chaves de casa.

E nós é que somos os chulos!
Aqueles que olhas com desprezo sabem um pouco de tudo, são Padres, Juízes, Médicos, Socorristas, Bombeiros, Rambos, Psicólogos, Professores, Mecânicos, e se somares isto tudo e mais qualquer coisa tens um Polícia.
Quando é que vais perceber que só podes falar em liberdade, porque nós existimos?
Quando é que vais entender que tipos como tu são a razão da minha existência, enquanto profissional? 

Se nós não existíssemos, ias à praia? Ao futebol? Jantar fora? Deixavas os teus filhos ir à escola?
Quer-me parecer que não.
Será que não entendes que ao insultares-me, estás a insultar aquilo que és, um homem livre?
Tudo isto funciona com o combustível que, com certeza encontrarás em abundância num qualquer Homem ou Mulher de farda:

Abnegação, Generosidade, Espírito de Sacrifício e Altruísmo.
'Googla' estas palavras e saberás a definição e bom seria que aprendesses o conceito.
Já hasteei a minha Bandeira à chuva, já a arreei ao som do clarim, já representei a minha Mui Nobre Nação e já chorei a cantar: A Portuguesa!
Caso não saibas, é o título do nosso hino, conheço muitos Homens e Mulheres que cozeram a nossa Bandeira no braço e que fazem de ti uma cabeça de alfinete num mundo de cabeçudos.

A minha farda é rica em sangue suor e lágrimas, minhas e de tipos como tu, que quando precisam, ao ver-me, encontram refúgio e protecção.
Olha, o meu Pai nunca me deu um carro, nem me pagou a Universidade, mas em contrapartida deu-me coisas sem preço, entre elas, o valor de um Não, da Educação, da Humildade e do Espírito de Luta.

EU, SOU POLÍCIA, ORGULHOSAMENTE!
E TU, O QUE É QUE TU JÁ FIZESTE PELO TEU PAÍS?

(Texto a circular na Internet, com autor desconhecido)

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