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quinta-feira, 29 de março de 2012

Para a semana é que vale.

Ontem não cumpri uma das leis do jornalismo, a da proximidade, e não me interessei pela transmissão da Champions onde jogavam seis ou sete portugueses. Em vez desse jogo em Chipre, Apoel-Real Madrid, estive a ver o Benfica-Chelsea, apesar de só terem aparecido três portugueses e, esses, morando no Oeste de Londres. Decidi-me pelo jogo da Luz por questões morais. Infelizmente, acabou por não se realizar. Como se sabe, no dia do sorteio, ao anúncio do adversário para os londrinos, um dos seus mais talentosos jogadores pôs-se a gozar com o clube que lhe calhou: Drogba fez de conta que tremia, mimando todo o desprezo que lhe merecia o Benfica. Desde aí, adeus transições e situações de um para um, adeus todo a ciência dos compêndios futebolísticos. Era necessário ir ao básico, onde as coisas simples são ensinadas: urgia reler A História do Declínio e Queda do Império Romano, do inglês (mas não caseiro) Edward Gibbon. Sobretudo aquela página em que ele conta que todo o general romano regressado com vitórias e troféus, entrando em Roma, nunca ia sozinho no carro triunfal. Acompanhava-o um escravo que lhe segredava, entre as aclamações do povo: "Lembra-te, és um simples mortal!". Soberba, a palavra de que todos os grandes devem fugir. Ontem, na Luz, não pudemos ver o resultado porque o que estava em jogo, Drogba, não alinhou. Fica tudo adiado para Londres e espera-se que, dessa vez, Drogba não falte.

por FERREIRA FERNANDES - DN

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