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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A China do Futuro e o Futuro é Hoje

- A verdade é que agora, tudo o que compramos é Made in China
- Alguns conhecidos voltaram da China impressionados.
Um determinado produto que o Brasil fabrica em um milhão de unidades, uma só
fábrica chinesa produz quarenta milhões.
A qualidade já é equivalente.
E a velocidade de reação é impressionante.
Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas.
Com preços que são uma fração dos praticados aqui.
Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da região
onde está instalada estão altos demais: 100 dólares. Um operário brasileiro
equivalente ganha 300 dólares no mínimo, que acrescidos de impostos e
benefícios representam quase 600 dólares.
Quando comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente
zero benefícios, estamos perante uma escravatura amarela e alimentando-a.
Horas extraordinárias? Na China? Esqueça!
O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego que trabalha horas
extras sabendo que não vão receber nada por isso.
Atrás dessa "postura" está a grande armadilha chinesa.
Não se trata de uma estratégia comercial, mas sim de uma estratégia "poder"
para ganhar o mercado ocidental .
Os chineses estão tirando proveito da atitude dos "marqueteiros" ocidentais,
que preferem terceirizar a produção ficando apenas com o que ela "agrega de
valor": a marca.
Dificilmente você adquire atualmente nas grandes redes comerciais dos
Estados Unidos da América um produto "Made in USA".
É tudo "Made in China" com rótulo estadunidense.
As Empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e
vendendo por centenas de dólares.
Apenas lhes interessa o lucro imediato e a qualquer preço.
Mesmo ao custo do fechamento das suas fábricas e do brutal desemprego.
É o que pode-se chamar de "estratégia preçonhenta".
Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a
China assimila essas táticas, cria unidades produtivas de alta performance,
para dominar no longo prazo.
Enquanto as grandes potências mercadológicas que ficam com as marcas, com os
designs e suas grifes; os chineses estão ficando com a produção, assistindo,
estimulando e contribuindo para o desmantelamento dos já poucos parques
industriais ocidentais.
Em breve, por exemplo, já não haverá mais fábricas de tênis ou de calçados
pelo mundo ocidental.
Só haverá na China.
Então, num futuro próximo veremos os produtos chineses aumentando os seus
preços e produzindo um "choque da manufatura", como aconteceu com o choque
petrolífero nos anos setenta.
Aí já será tarde demais.
Então o mundo perceberá que reerguer as suas fábricas terá um custo
proibitivo e irá render-se ao poderio chinês.
Perceberá que alimentou um enorme dragão e acabou refém do mesmo.
Dragão este que aumentará gradativamente seus preços, já que será ele quem
ditará as novas leis de mercado. Será quem manda.
Terá o monopólio da produção.
Sendo a China - e apenas ela - quem possuirá as fábricas, inventários e
empregos; é também quem vai regular os mercados, e não os "preçonhentos".
Iremos nós e os nossos filhos e netos assistir a uma inversão das regras do
jogo atual que terão nas economias ocidentais o impacto de uma bomba
atômica... chinesa.
Nessa altura em que o mundo ocidental acordar será muito tarde.
Nesse dia, os executivos "preçonhentos" olharão tristemente para os
esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando
boliche no clube da esquina, e chorarão sobre as sucatas dos seus parques
fabris desmontados. E então lembrarão, com muitas saudades, do tempo em que
ganharam dinheiro comprando "balatinho dos esclavos" chineses, vendendo caro
suas "marcas- grifes " aos seus conterrâneos.
E então, entristecidos, abrirão suas "marmitas" e almoçarão as suas marcas
que já deixaram de ser moda e, por isso, deixaram de ser poderosas pois
foram todas copiadas.

REFLITAM E COMECEM A COMPRAR JÁ - OS PRODUTOS DE FABRICAÇÃO NACIONAL,
FOMENTANDO O EMPREGO EM SEU PAÍS, PELA SOBREVIVENCIA DO SEU AMIGO, DO SEU
VIZINHO E ATÉ MESMO DA SUA PRÓPRIA E DE SEUS DESCENDENTES.
Ou já será tarde demais???
Por Luciano Pires (diretor de marketing da Dana e profissional de
Comunicação)

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