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A vida de Catarina Cristino nunca mais será a mesma desde que lhe caiu um pilar de pedra em cima das costas, causando-lhe fracturas múltiplas na coluna.
Foi há um ano, quando a psicóloga, actualmente com 28 anos, prestava serviço como voluntária no Rock in Rio-Lisboa 2006. A coluna de pedra, em circunstâncias ainda por explicar, desabou, interrompendo brutalmente todos os seus projectos de futuro.O acidente ocorreu no primeiro dia do evento, antes mesmo da abertura das portas ao público e não foram até hoje apuradas responsabilidades.
A Allianz, seguradora da BetterWorld (organizadora do evento), accionou o seguro de responsabilidade civil e encarregou a empresa Lusoroux de efectuar o inquérito. Não foi possível obter por parte desta quaisquer declarações, para além da confirmação de estarem 'a investigar' o caso.
Catarina vive um inferno diário, entre a toma de várias dezenas de medicamentos e as múltiplas consultas e tratamentos a que é obrigada devido às consequências do acidente. Depois de uma estadia de três meses no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, durante a qual o prognóstico apontava para uma paraplegia total (paralisia dos membros inferiores), a jovem já consegue andar sem a ajuda de canadianas, o que é considerado 'um milagre' pelos médicos que a acompanharam. Não consegue, contudo, levantar-se, sentar-se ou deitar-se sem ajuda e precisa de assistência constante devido aos efeitos secundários da medicação. FALTA ASSISTÊNCIA
Há meses que Catarina tenta obter por parte da seguradora uma 'residência assistida', solução que permitiria evitar os diversos sustos que já apanhou e pregou à família. 'Não pode estar sozinha', desabafa a mãe, Conceição Cristino. 'Ainda há dias me telefonou muito aflita e, quando cheguei, 20 minutos depois, dei com ela desmaiada no chão no meio do vomitado e em convulsões'. Os episódios de vómitos, com desmaios e convulsões, são frequentes, sobretudo à noite, quando está só. A própria psicóloga reconhece que corre risco de vida.
Em Outubro, a Allianz adiantou à acidentada uma quantia de 20 mil euros, mas há muito que esta quantia foi ultrapassada face aos gastos de Catarina com táxis, consultas e fisioterapia. Na passada sexta-feira, a família Cristino recebeu da Allianz um novo cheque, representando 'um segundo adiantamento sobre a indemnização que vier a ser fixada', segundo referia a carta que acompanhava o cheque.
Catarina, que tenta fazer uma vida tão normal quanto possível, frequenta o mestrado em Psicologia Criminal e interroga-se sobre as suas perspectivas de futuro, uma vez que o seu sonho de se tornar inspectora da Polícia Judiciária parece ter ficado comprometido para sempre.
ORGANIZAÇÃO REJEITA CULPAS NO ACIDENTE
A queda da coluna de pedra em cima das costas da jovem voluntária no Rock in Rio-Lisboa não foi explicada até hoje. Da parte da BetterWorld, cuja sócia-gerente Roberta Medina prometeu ao CM mais pormenores na próxima semana, há apenas uma declaração oficial, na qual se pode ler que 'o acidente não foi causado por negligência nem sequer erro da organização já que se tratou do desabamento de uma coluna de uma pérgula do parque, a qual havia sido previamente testada'. Foi impossível averiguar quem foram os responsáveis pelos referidos testes. A Câmara Municipal de Lisboa é a proprietária do Parque da Belavista, local onde decorreu o Rock in Rio nas suas duas edições e cedeu o espaço à organizadora, deixando a cargo desta a responsabilidade de zelar pela segurança do mesmo, assim como dos seus espectadores, conforme protocolo assinado entre a Câmara e a BetterWorld a cuja minuta o CM teve acesso.
SAIBA MAIS
500 foram os voluntários seleccionados para o Rock in Rio Lisboa 2006, de um total de 8034 inscrições coordenadas pelo Instituto Português da Juventude. A televisão oficial do evento, a SIC, não noticiou o acontecimento. 350 000 espectadores passaram pelo Parque da Belavista na segunda edição do Rock in Rio-Lisboa, ao longo dos cinco dias da iniciativa, número que ultrapassou a edição de 2004.
SEGURO
Os voluntários do Rock in Rio-Lisboa estavam cobertos por um Seguro de Acidentes Pessoais. Um acidente com um voluntário, segundo disseram à família de Catarina, não é considerado um acidente de trabalho. ESPAÇO A Câmara Municipal de Lisboa ficou responsável por terraplenar e preparar o espaço em causa com vista à realização do evento.
EMERGÊNCIA A Câmara de Lisboa também era responsável pelo Plano Especial de Emergência, o que não afasta a responsabilidade do organizador do evento pela segurança do mesmo."
Quem puder fazer algo para ajudar contacte por favor: www.myspace.com/aqu4manco cristino.catarina@gmail.com
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