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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Desmantelada rede envolvida em "casamentos brancos" para legalização de imigrantes

António Arnaldo Mesquita

A Unidade Nacional Contra-Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária desencadeou hoje de madrugada uma operação nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto visando desmantelar uma rede envolvida na legalização de imigrantes, através da falsificação de documentos, tendo já detido dez pessoas.
A acção ainda não está terminada e entre os alvos dos mandados de detenção emitidos por Helena Fazenda, magistrada do Departamento Central de Investigação e de Acção Penal (DCIAP), figuram uma conservadora do registo civil, um funcionário da segurança social, quatros portugueses e três paquistaneses.
Associação criminosa para auxílio à imigração ilegal é a principal acusação imputada aos arguidos que deverão ser interrogados, durante o fim de semana, pelo juiz Carlos Alexandre, titular do Tribunal Central de Instrução Criminal, que determinou a realização de inúmeras buscas.
As primeiras detenções registaram-se cerca das duas horas da madrugada de hoje e os detidos na zona do Porto estão a ser conduzidos para Lisboa, juntamente com a documentação apreendida nas buscas domiciliárias aos suspeitos.
A rede estaria associada à realização dos chamados casamentos brancos entre imigrantes de origem paquistanesa e mulheres portuguesas, para facilitar a respectiva legalização no Espaço Scheghen. O "casamentos branco" é um expediente que agiliza o acesso do "marido" extra-comunitário a um passaporte português e livre circulação no interior da União Europeia e noutros espaços onde é dispensado o visto a cidadãos comunitários.
A conservadora hoje detida será suspeita de cumplicidade na realização deste tipo de contratos. Um funcionário da segurança social foi também detido por alegada conivência na emissão de documentos para sustentar a exibição de contratos de trabalho falsos, que seriam feitos com empresas fictícias criadas para o efeito por alguns dos arguidos detidos.

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