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sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

E os mauzões, são de Chicago?

Tem sido afirmado por vários "opinion makers" (António Vitorino e Carlos Carvalhas são dois exemplos) que a subida do preço dos combustíveis se tem devido em boa parte ao negócio especulativo nas bolsas de Futuros. Ficam até escandalizados por se estar a fixar o preço do barril do petróleo para o ano de 2016! Como são mauzões estes especuladores...
A cidade de Chicago é sede de várias bolsas de Futuros, além de o ser para uma das escolas de pensamento liberal do mundo capitalista... Brrr! Que mau...
A CFTC (a entidade que regula as bolsas de Futuros americanos) veio esclarecer, através de estudo, que não está provado o impacto do volume especulativo neste mercado como causa da subida de preços. Primeiro, prova-se que a classificação de especuladores atribuída a alguns agentes é equívoca, incluindo muita actividade de cobertura de risco. Segundo, afirma-se no estudo que a quantidade de especuladores que está a comprar a futuro é sensivelmente igual à dos que está a vender. Se há especuladores a ganhar, há um número praticamente igual de especuladores a perder iguais montantes. Por fim, que o nível das posições dos especuladores está no ponto mais baixo verificado no último ano.
Com base nestes dados, o errado é condenar quem está disposto a assumir o risco, quem permite a liquidez aos que querem cobri-lo, ou condenar a possibilidade de poder fixar preços a longo prazo, por exemplo para 2016, numa muito ajuizada atitude de gestão do risco.
Afinal, deste estudo conclui-se que os mauzões não são de Chicago, cidade que nem tem bolsa de Futuros sobre petróleo. Os mauzões são mesmo os que não querem reduzir o consumo de petróleo ou os que não querem produzir mais, no intuito de manter altos os preços da matéria-prima e assim enriquecer. Os mauzões são os que querem alterar o equilíbrio da distribuição da riqueza entre as nações. Peçam ao camarada Hugo Chávez que mantenha na pobreza a sua população, apinhada em transportes públicos miseráveis, para nós, os mais ricos, podermos continuar a ir de transporte privado com ar condicionado ligado para o nosso emprego!
João Duque , Professor Catedrático do ISEG/UTL

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