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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Exercícios de memória

Francisco Seixas da Costa

 

Prezo-me de ter alguma memória para as coisas da política caseira, que os leitores deste blogue por aqui têm "sofrido". Há dias, notei o facto de, em Portugal, só muito raramente  alguém se prestar a aceitar lugares governamentais de "ranking" abaixo daqueles que já exerceu. Notei as exceções: os casos de Freitas do Amaral e, agora, de Rui Machete. Um leitor atento fez-me depois ver que Mota Pinto, depois de ter sido primeiro-ministro, aceitara ser "vice" de Mário Soares no governo do "bloco central".

 

Ontem, na conversa com um grande amigo vilarealense, este "deixou cair", irónico: "esqueceste-te de alguém que, tendo sido ministro, aceitou ser secretário de Estado..."

 

Caí das nuvens! Não me lembrava de nenhum caso! Parecia-me impossível! E, no entanto, ele estava cheio de razão: João Vaz Serra de Moura, ministro da Qualidade de Vida do VII governo constitucional, transitou para o executivo seguinte como secretário de Estado adjunto (precisamente) do novo ministro da Qualidade de Vida, acumulando com os Desportos.

 

Isto tem alguma importância? Claro que tem. É um gesto de modéstia que muito dignifica um político. Neste caso, era do Partido Popular Monárquico, uma formação que ficou na história política portuguesa por ter sido responsável pela introdução das questões ambientais na agenda pública.


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