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sábado, 12 de dezembro de 2009

Democracias




A decisão dos cidadãos suíços, tomada em referendo, de proibir a construção de minaretes nas mesquitas, é uma atitude que, claramente, pode ser lida como relevando do sentimento criado naquele país em relação à comunidade muçulmana. As suas consequências políticas, bem como os seus efeitos colaterais, continuam a ser avaliadas em outros Estados, dada a sensibilidade que o tema tem, nomeadamente em termos de exercício da liberdade religiosa, num contexto mundial muito particular.
As regras da democracia, em particular as que vigoram na Suíça e que dão origem a frequentes referendos, são o que são. A utilização da democracia directa tem inegáveis virtualidades de mobilização cívica e de uma maior proximidade dos cidadãos face às atitudes do Estado. Resta saber se, por vezes, essa intensa "subsidiariedade" não é apenas uma tentativa para obter um conforto democrático face a decisões que se sabe serem mais delicadas. Só que, como neste caso, o tiro pode "sair pela culatra" e o governo suíço vai ter agora de gerir externamente uma atitude de que os cidadãos votantes não tiveram em conta, seguramente, todas as consequências e repercussões. Para isso, para consagrar essa visão de conjunto no período de vigência dos seus mandatos, é que se elegem governos, com base em programas políticos. Alguns dirão que os suíços lá sabem, que é a sua vida. Será, mas, num caso como este, também pode afectar a nossa.

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