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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Álvaro Guerra



Ontem à tarde, ao chegar a Estrasburgo, tive saudades do Álvaro Guerra.
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Senti falta das nossas conversas depois dos opíparos jantares que a Helena por aqui preparava, quando ele era embaixador junto do Conselho de Europa. Gostava das nossas eternas discussões sobre os touros, vício vilafranquense que eu combatia com argumentos ideológicos, com ele a atirar-me à cara com o Hemingway. Um dia, ofereceu-me um livro do Jean Cocteau para me convencer da bondade natural da "fiesta".
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O Álvaro era um homem com uma serenidade bem disposta, que tinha prazer genuíno em partilhar connosco leituras feitas, que nos ajudava a procurar na magnífica imensidão da Kléber. Nunca concretizámos uma viagem várias vezes planeada pela "route des vins", durante a qual me prometia que eu iria conhecer néctares que iam ser a alegria cimeira dos meus triglicéridos.
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Teve uma vida cheia, do jornalismo à literatura, da política à diplomacia. Foi uma figura maior da intelectualidade portuguesa, que é importante não esquecer e dar a conhecer às novas gerações. Para o ano, na comemoração do centenário do estertor da chefia hereditária do Estado em Portugal, convirá relermos o seu "Café República".

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