terça-feira, 7 de julho de 2009

Gripe

Inquérito “Os portugueses e a pandemia”

O Gripenet lançou hoje o inquérito “Os portugueses e a pandemia”. Trata-se de um estudo pioneiro sobre a forma como os cidadãos estão a encarar a primeira pandemia do Sec. XXI. O que sabem sobre a nova gripe A (H1N1)? Em que medida estão preocupados? Como avaliam a informação disponibilizada pelas autoridades de saúde? Quais as fontes de informação que consideram mais credíveis? Como acham que irão reagir perante um caso de gripe na sua família? Estas são algumas das questões que serão respondidas nas próximas semanas.
Este questionário está aberto a todos os cidadãos, independentemente de já participarem ou não no Gripenet. Assim, apelamos a todos os participantes que respondam a este questionário, que não está relacionado com a monitorização da gripe (essa continua a fazer-se através do preenchimento do Questionário de Sintomas, na zona de utilizador). E que divulguem aos vossos amigos e colegas.
O Inquérito “Os portugueses e a pandemia” está acessível aqui

 População

ESPECIAL – A Europa e a gripe A (H1N1)

Dedicamos esta newsletter à caracterização epidemiológica da nova gripe A na Europa. Os dados foram recolhidos pelo European Centre for Disease Prevention and Control.

Em quase toda a Europa

Apesar de ter sido a Espanha o país europeu que viu emergir, numa fase inicial, surtos de Influenza A (H1N1), maioritariamente importados do México, o Reino Unido é desde há algumas semanas o país mais atingido pela nova gripe. Sobretudo a Escócia, que regista cerca de um terço dos casos. Seguem-se a Alemanha, a França, a Holanda, a Itália. Por esta ordem. Mas são já 28 (dos 31 que reportam ao ECDC) os países europeus que registaram, pelo menos um caso de gripe. O último foi a Letónia. Portugal registou ontem o sétimo caso, que ainda na está reflectido no Gráfico 1.

Gráfico 1

Junho tem sido o pior mês

É um paradoxo da actual sociedade da comunicação: apesar de o número de casos ter vindo a aumentar ao longo do tempo, a atenção mediática comporta-se de forma inversa. Das primeiras páginas aos primeiros casos, a gripe é agora um assunto de “breves”, nos jornais e telejornais. Contudo, na Europa, foram os últimos quinze dias os  de franco crescimento da epidemia. (Gráfico 2)

Gráfico 2

Idades e viagens

A distribuição etária de casos de gripe A, por origem de infecção, é clara: os mais jovens contraem, sobretudo, a doença por transmissão comunitária ou local (houve vários surtos em escolas, por exemplo) enquanto os adultos contraem-na, maioritariamente, por terem viajado para áreas afectadas (na América do Norte, essencialmente). Os epidemiologistas consideram estranho os mais idosos não serem tão afectados como seria de esperar. (Gráfico 3)

 

Gráfico 3

 

Uma gripe que veio de fora mas que se foi “naturalizando”

Foram dois momentos, duas origens. Em finais de Abril, a gripe A chegava à Europa (via Barajas, o aeroporto de Madrid) vinda do México. Nos finais de Maio, a gripe A aterrava sobretudo em Londres, vinda dos EUA e Canadá. Entretanto, os casos domésticos (transmissão comunitária ou local) começaram a pesar na balança. E registaram-se casos de importação intra-europeia (por exemplo do Reino Unido para a Grécia) ou mesmo de exportação da Europa para outros países (por exemplo, do Reino Unido para o Brasil). (Gráfico 4)

Gráfico 4
 

O que sente uma pessoa infectada

Esta variante do Influenza A (H1N1) provoca uma gripe moderada. A maioria dos pacientes recupera ao fim de poucos dias. A não ser que tenha outras complicações de saúde. Até agora, apenas se registou uma morte na Europa. Os sintomas são semelhantes aos da gripe sazonal: febre alta, tosse seca, dores de cabeça, dores musculares, nariz a pingar… Contudo, são também reportados sintomas como náuseas, vómitos e diarreia, com mais frequência do que nas gripes “normais”. (Gráfico 5)

Gráfico 5
 

O que seria se não se fizesse nada…

Muitos têm criticado “um certo exagero” nos alertas sobre esta pandemia. Contudo, têm sido as medidas de contenção, rapidamente postas no terreno, que têm retardado o avanço da epidemia. Na Figura 1 simula-se a incidência da nova gripe sem e com intervenções (quarentenas, antivirais, etc).

Figura 1
 

Os cenários para o Verão e o Outono

Com os dados disponíveis, fazem-se simulações matemáticas. Seja qual for o cenário (em função da variáveis que se venham a verificar), o que se espera é que a epidemia fique “latente” no Verão (intensidade baixa ou moderada, com variações entre países) e acelere, numa segunda onda razoavelmente intensa (mais de 15% de infectados), no final do Verão ou (mais provável) durante o Outono (Figura 2).

Figura 2

Sem comentários: